Nestlé avança com 5G privativa e quer mais edge e cloud computing por IA e robôs
Fábrica responde pela produção de KitKat nas Américas.
A Nestlé ampliou a utilização da rede privativa 5G standalone 100% dedicada em sua fábrica na cidade de Caçapava, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. O projeto faz parte dos planos de expansão da unidade, considerada a maior fabricante de KitKat das Américas e a principal exportadora dos chocolates da marca para 18 países da região, com investimentos na ordem de R$ 1,1 bi até 2026. A implementação da rede 5G dedicada foi habilitada pela Embratel, marca para o mercado corporativo da Claro, usando tecnologia de redes privativas 5G da Ericsson (Private 5G).
A solução, que opera totalmente separada da rede móvel pública, garante alta conectividade, alta disponibilidade, segurança e eficiência. Além disso, a nova rede permite conectividade de alta velocidade, maior taxa de transferência de dados — até 25 vezes mais rápidos que o 4G –, baixa latência, da ordem de milissegundos, e entre outras vantagens, capacidade de conexão com um grande número de dispositivos simultaneamente.
“A implementação de uma rede privativa 5G na indústria não apenas promove a conectividade avançada, mas também habilita a integração de sistemas inteligentes e a automação de processos. Um exemplo, será a possibilidade de controle a distância de maquinários em tempo real”, explica Gustavo Moura, gerente de Automação e Transformação Digital da Nestlé.
O projeto piloto que testou a rede privativa 5G aconteceu entre setembro de 2022 e meados de 2023. A partir de um resultado bem-sucedido, a Nestlé ampliou a cobertura do sinal passando de 1 mil m² para 4 mil m² com um aumento de cinco antenas próprias para a cobertura de três linhas de produção de KitKat.
A companhia diz que haverá o uso em larga escala de óculos de realidade virtual e aumentada, que serão fundamentais para treinamentos e suporte remoto em manutenções de máquinas, além do uso de dispositivos móveis que permitirão o controle e acompanhamento da produção em tempo real e à distância, oferecendo maior agilidade e eficiência.
A ampliação do sinal vai permitir um uso mais eficiente e em escala maior de robôs autônomos, veículos autoguiados e sistemas que utilizam inteligência artificial, visão computacional, machine learning, big data, data analytics e computação na nuvem. Todas essas ferramentas, já integradas ao processo produtivo, terão sua performance otimizada com o uso do 5G, resultando em operações mais rápidas, precisas e integradas.
“Para o futuro da integração do 5G em suas fábricas, a Nestlé pretende focar na exploração de Edge Computing e Cloud Computing. Também consta em nosso plano de Transformação Digital o desenvolvimento de novas aplicações imersivas e interativas para capacitação de colaboradores, promovendo maior engajamento, capacitação de pessoas e conhecimento técnico dos processos produtivos, ferramentas fundamentais para manter a excelência operacional”, finaliza Gustavo.
O parque industrial da Nestlé em Caçapava é referência na jornada de inovação da companhia no Brasil e uma das mais relevantes da América Latina no que diz respeito à Indústria 4.0. Um dos motivos é a proximidade da unidade com o Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) da Nestlé, um ecossistema de inovação localizado no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP) responsável pela criação de diferentes soluções tecnológicas industriais dentro do conceito de Inovação Aberta em parceria com startups, centros de pesquisas, universidades e outras empresas.
Os projetos que nascem no CIT e demonstram potencial são aplicados em Caçapava, que atua como um laboratório de testes e desenvolvimento de novas tecnologias, e, conforme os resultados dos projetos, são implementadas em outras fábricas da empresa posteriormente.