Oi busca na Justiça a renegociação que não conseguiu com os credores
A Oi divulgou um comunicado nesta quinta, 2/2, para esclarecer que apresentou um pedido à Justiça para suspender o pagamento de dívidas, especialmente de curtíssimo prazo. O movimento é uma nova tentativa de forçar os credores a uma nova renegociação de dívidas ainda pendentes, apesar dos avanços com a recuperação judicial.
“A solicitação da tutela de urgência cautelar foi uma medida de proteção adequada neste momento para proteger a Companhia e suas subsidiárias contra a exigibilidade de créditos e garantias e permitir o avanço das discussões e tratativas com os credores, em curso desde o ano passado, visando uma potencial renegociação das dívidas da Companhia”, diz a Oi.
“A medida também busca resguardar as possibilidades de recursos processuais formais de recuperação aos quais possa recorrer no prazo legal, bem como garantir a otimização de sua liquidez e do perfil de endividamento, permitindo a continuidade da execução de sua estratégia com a oferta de serviços diferenciados a seus clientes B2C e B2B, sempre em linha com as regras e compromissos assumidos junto à Anatel”, emenda a nota.
A Oi reconhece que mesmo com sucesso em vender diferentes unidades do grupo, não conseguiu garantir a sustentabilidade do novo modelo de negócio, focado na oferta de serviços. “Apesar da conclusão de etapas importantes do seu Processo de Transformação, como a venda das UPIs e da mudança do seu modelo de negócio, a Companhia ainda precisa encontrar soluções para questões essenciais para a sua sustentabilidade futura”, diz no comunicado.
“As prioridades da Companhia são a transformação organizacional e readequação da sua estrutura de custos; o equacionamento dos passivos operacionais e regulatórios da concessão de telefonia fixa e suas operações legadas; além da continuidade da adequação e otimização de sua estrutura de capital. Nesse sentido, o equilíbrio de sua dívida é um dos pontos mais relevantes, exigindo uma contínua revisão de sua estratégia financeira e uma intensa busca de alternativas eficientes e viáveis para a sustentabilidade da Companhia.”
A Oi lembra que ainda em outubro do ano passado a Oi anunciou a contratação da consultoria Moelis & Company para justamente renegociar as dívidas restantes. A Oi conseguiu, especialmente com a venda de várias operações e a troca por participações societárias, reduzir o endividamento que chegou a R$ 65 bilhões para cerca de R$ 22 bilhões. Segundo indicou a empresa ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, porém, as dívidas estão em R$ 29 bilhões.
“A Oi investiu tempo e dinheiro nos últimos meses, inclusive com assessores financeiros e jurídicos especializados, na tentativa de chegar a um acordo extrajudicial com seus principais credores financeiros. Infelizmente, não foi possível alcançar um acordo final com os principais credores financeiros”, diz a Oi no pedido de tutela antecipada.