Oi espera arrecadar até R$ 7 bilhões com venda de ‘ativos não estratégicos’
Ainda em processo de recuperação judicial, a Oi apresentou nesta terça-feira, 14/5, nova queda generalizada de receitas, tanto no segmento residencial quanto em mobilidade. No primeiro trimestre deste 2019, o faturamento líquido foi de R$ 5,08 bilhões, 4,3% abaixo do trimestre anterior e 9,5% menor que o mesmo período de 2018.
“Temos um impacto grande de concorrentes locais de menor porte. Passamos por um período de queda nos investimentos e provedores locais têm aproveitado essa oportunidade para oferecer produtos competitivos e têm tido sucesso em avançar sobre nossa base de cobre. Mas estamos acelerando fibra e esperamos melhoria substancial no médio para longo prazo, com impacto na receita total”, afirmou o vice-presidente financeiro, Carlos Brandão.
A fibra, como reafirmado na teleconferência de resultados, realizada nesta terça-feira, 14, é o cerne da estratégia da tele nacional para recuperar o terreno perdido e criar condições de reencontro com o crescimento. Foi o principal componente do R$ 1,7 bilhão de investimentos entre janeiro e março, um terço da receita líquida, dentro do plano que prevê encerrar 2019 em cerca de R$ 7 bilhões, valor que a Oi espera repetir em 2020.
Para esse montante, pesaram os R$ 4 bilhões do aumento de capital realizado em obediência ao plano de recuperação. E nessa equação, a empresa confia em ganhar fôlego para o futuro próximo com a venda de “ativos não estratégicos”. “Esperamos vender ativos não essenciais. Temos ativos a serem monetizados. O Bank of America está trabalhando nisso. Entre R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões de ativos não centrais devem ser monetizados”, completou.
A Oi tem 1,7 milhão de casas passadas com fibra, 145 mil conectadas, uma ocupação de 8,7%. “O projeto de fibra é o guarda-chuva estratégico para os vários segmentos. A fibra no acesso será o principal motor de crescimento, não só no mercado residencial, mas para B2B, como principal provedor de serviços com a chegada do 5G. A Oi, com 360 mil km de fibra, tem uma vantagem única para massificar a fibra no país e capturar oportunidades desse mercado”, disse Brandão. A mira são potenciais 32 milhões de casas passadas e entre 30% a 35% de ocupação.
A companhia reconhece, no entanto, que o impacto financeiro da estratégia ainda leva algum tempo. Enquanto isso, ainda amarga resultados negativos. No segmento residencial, a receita de R$ 1,8 bi foi 14,6% menor que os R$ 2,2 bilhões do primeiro trimestre de 2019 e 6,1% abaixo do trimestre imediatamente anterior. O mesmo se deu em mobilidade pessoal, onde R$ 1,7 bilhão representou queda de 3,9% no ano e 3,8% no trimestre. No corporativo, R$ 1,4 bilhão entre janeiro e março de 2019, queda de -8,4% no comparativo anual e 1,1% no trimestral. A empresa encerrou março com R$ 6,2 bilhões em caixa (+35,5% sobre o trimestre anterior) e dívida líquida de R$ 10,1 bilhões, valor 38,3% acima de um ano antes.