Oi: Fibra e pós-pago vão trazer receitas de volta
Ainda sob o impacto do processo de reestruturação judicial, a Oi sofre a erosão das conexões suportadas pela rede de cobre e o enxugamento dos chips de celular. Mas aposta que vai comer pelas beiradas parte do novo mercado calcado na fibra óptica e na telefonia móvel 4G.
“Temos boas perspectivas para a trajetória das receitas. Do lado móvel, chegamos a mais da metade da receita com pós-pago. E no residencial, o avanço da receita com fibra está desacelerando a queda. Mas isso leva tempo. Ainda vamos ver alguns tropeços no segmento residencial em termos de receita devido ao processo de transição de cobre para fibra”, resumiu o diretor financeiro da Oi, Carlos Brandão, durante apresentação de resultados nesta quinta, 15/8.
Os dados financeiros aontam que a empresa teve receita líquida de R$ 5 bilhões no segundo trimestre deste 2019, 8,2% abaixo de 12 meses antes. Os R$ 10,2 bilhões da soma do primeiro semestre também são 8,9% menos que o mesmo período no ano passado.
Pesou o desempenho no segmento residencial, que teve queda de 12,1% no segundo trimestre (R$ 1,8 bi) e de 13,4% nos seis primeiros meses (R$ 3,7 bi), e que baseia a avaliação da empresa de que na “transição do cobre para fibra” perdeu terreno para provedores internet, de onde o foco da nova estratégia.
“A gente esta competindo com provedores de internet. Estamos instalando nossas redes e o resultado dessa concorrência envolve a força da marca e a atratividade comercial das velocidades que conseguimos ofertar. Nas cidades de maior porte a concorrência é mais acirrada e por isso estamos priorizando áreas urbanas onde competimos com provedores de internet”, explicou o diretor comercial Bernardo Winik.
Na telefonia móvel, a Oi reflete o cenário geral de enxugamento dos chips pré-pagos e de migração para o pós pago com a expansão do 4G – que no caso específico da Oi “esbarra na dificuldade de investimento que leva a uma expansão seletiva do 4G”.
Se no geral a Oi fechou o primeiro semestre de 2019 com perda de 5,4% da base total, ou ‘unidades geradoras de receita’, na telefonia móvel o recuo foi de 4,9%, puxado por 11,1% menos acessos pré-pagos (para 26,1 milhões), mas com alta de 21,3% nos pós-pagos (8,5 milhões). Com isso, a receita móvel caiu 3,7% no trimestre e 3,8% no semestre, para R$ 3,3 bilhões.