Telecom

Oi mantém rivais fora da fibra para ter ‘rede neutra nacional e pra valer’

Ao falar com os sites especializados na tarde desta sexta-feira, 14/08, o CEO da Oi Rodrigo Abreu, reforçou que Claro, TIM e Vivo estão fora da disputa pelos 51% da InfraCo, unidade de fibra. A não participação deles está no novo aditamento do plano de Recuperação Judicial, apresentado na noite desta quinta-feira, 13/08, ao mercado.

“Sim, Claro, TIM e Vivo estão fora porque exigiria um nível de detalhamento muito grande do ponto de vista regulatório, o que queremos evitar”, pontou Abreu. O CEO da Oi repetiu que o valor mínimo de R$ 20 bilhões, estabelecido no novo aditamento, deverá ser superado, já que houve mais de 10 propostas não vinculantes até o momento.

Abreu não quis dar montante, mas acredita que esse valor pode até dobrar, conforme a concorrência entre os interessados. Até o começo de outubro, a Oi selecionará a proposta vinculante para qual será dada a prioridade.
“Existe um interesse enorme porque a rede neutra será muito competitiva. E aqui mais uma razão para tirar as rivais. A rede neutra têm de ser realmente neutra. E a nossa é única do mercado nacional e com a infraestrutura capaz de assegurar que a fibra não será um artigo de luxo, mas estará disponível para todos, como aconteceu com a revolução do celular”, disse.

Sobre um possível hype com relação às redes neutras, já que até mesmo as rivais anunciaram seus projetos, Abreu lembrou que a iniciativa da Oi nascerá com mais de 10 milhões de casas passadas e com até 3 milhões de casas conectadas. “Vamos ter rede neutra onde existe backbone/backhaul da Oi. Os outros projetos têm muito pouco de casa passada. Além disso, rede neutra vai além do FTTH. Ela vai atender ISPs, redes empresariais e toda a expansão do 5G. O valor da rede neutra virá muito do futuro. Falta muita fibra no Brasil”, adicionou.

Com relação à infraestrutura para o 5G, a Oi se mostra ainda mais otimista. Para Abreu, não faz sentido econômico ‘construir estradas paralelas em 5,6 mil municípios’. “Nós, por necessidade e por visão do negócio, estamos estruturando essa rede nacional. Ela tem de ser efetivamente neutra. Por isso, também abrimos mão do controle acionário. Podemos ter uma participação econômica até maior do que os 49% desejados, mas não seremos os controladores para valorizar o ativo”, disse Abreu.


No aditamento do plano de recuperação judicial, a Oi também esclareceu que a companhia deverá ficar com pelo menos R$ 9 bilhões, sendo um recebimento mínimo de R$ 6,5 bilhões pelo controle da empresa e R$ 2,4 bilhões pelos investimentos feitos pela Oi na infraestrutura até a venda. 

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