Telecom

Oi oferece conteúdo OTT para aumentar base de assinantes

A Oi se rendeu à oferta de conteúdo sob demanda pela internet. O modelo over-the-top (OTT) seria, na visão da operadora, uma oportunidade para colocar em sua base de clientes um público não endereçado pela proposta de TV paga atual. Em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira (27/8) em São Paulo, Bernardo Winik, diretor de varejo da Oi, refutou a ideia de que a nova oferta — batizada de Oi Total Play — poderia levar a cancelamentos de atuais assinantes de TV paga, em uma conversão do modelo tradicional de conteúdo linear para o sob demanda.

Lançado comercialmente em 27 de julho, o Oi Total Play foi testado em onze Estados. De acordo com Winik, em todas s localidades, a operadora observou adição de clientes e não redução ou troca de planos. “Nessas praças não perdemos assinantes de TV paga. Pegamos um nicho que quer conteúdo sem ser de TV paga. Agregamos conteúdo em cima da banda larga e isto faz diferença”, disse o diretor de varejo. Para ele, o conteúdo OTT não substitui o da TV paga.  

A Oi tem metas ambiciosas. A telco espera que, com a adição do Play à família de combo Oi Total, os clientes passem dos atuais 1,4 milhão para 2,3 milhões até o fim deste ano. Os planos do Oi Total Play fazem parte da família de produtos Oi Total, nome dado para os pacotes tipo combo que oferecem um mix entre banda larga, fixo, móvel e TV por assinatura. Lançado em abril de 2016, esta família alcançou 1 milhão de clientes em 12 meses e registra 100 mil vendas por mês. “60% das vendas dos combos possuem Oi TV, o que reforça a relevância da TV paga”, destacou Winik.

Atualmente, 70% do tráfego de dados da rede de banda larga fixa da Oi está concentrado em três grandes provedores, todos com aplicações de vídeo: YouTube com 42%; Netflix com 17%, e Facebook com 12%. E o interesse das pessoas, tanto as que são assinantes de TV paga quanto as que não são, é bem parecido: filmes, notícias, séries, variedades e esportes, apontou Ermindo Cecchetto, diretor de convergência da Oi, enquanto mostrada dados de uma pesquisa quantitativa realizada com mil consumidores de todas as regiões e qualitativa com cem entrevistas entre clientes Oi e de concorrentes com indivíduos entre 20 e 60 anos. 

“O consumo de tráfego na nossa banda larga fixa é multimídia e streaming. Com a profusão de OTTs quisemos simplificar a experiência de uso para os clientes”, explicou Cecchetto, ao apresentar a maneira como a plataforma de conteúdo OTT agrega e organiza os cerca de 300 mil títulos. A Oi firmou parceria com as programadoras Discovery, ESPN, FOX Networks Group Brasil, HBO, Sony e Viacom, além da Vubiquity, fornecedora do Coleção Oi.


Presentes à coletiva, representantes dos parceiros de conteúdo Discovery, Fox, ESPN, Viacom, Vubiquity e Sony concordaram que o conteúdo sob demanda pela internet complementa a oferta linear. Para Alessandra Pontes, vice-presidente de affiliates sales da Discovery Networks, o modelo pode, inclusive, ser porta de entrada para assinar TV paga. “Queremos nosso conteúdo disponível na plataforma que o cliente quiser”, destacou a executiva.

Questionados sobre parceria com Netflix, executivos da Oi afirmaram que, no momento, isto não faz parte da estratégia. “Temos conteúdo de qualidade melhor. É um produto competitivo”, disse o diretor de mobilidade e conteúdo da Oi, Roberto Guenzburguer, acrescentando que não descarta, no futuro, alguma parceria com OTTs, incluindo a Netflix. A plataforma ainda não está pronta para ser usada com Chromecast ou em TVs inteligentes, mas a integração está sendo pensada, disse Bernardo Winik. 

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