Telecom

Oi quer estancar perda de clientes com 4G e banda larga de ultra velocidade

A Oi está ciente que é preciso ampliar a cobertura 4G para ficar em igualdade com as rivais no mercado de dados, informou o diretor financeiro da operadora, Carlos Brandão, na teleconferência de resultados do quarto trimestre, realizada nesta sexta-feira, 13/04. Duas ações estão no plano técnico: o refarming da faixa de 1,8MHz e o compartilhamento de infraestrutura. Também está no plano estratégico ampliar o uso de fibra e do FTTH (fiber to the home) para oferecer banda larga em ultra velocidade.

Para garantir um 2018 melhor do ponto de vista de clientes, a Oi mapeou 3.449 cidades para investir no serviço móvel e encontrou 9.156 “clusters” para reforçar a oferta da banda larga fixa. Dentro deste universo, explicou Brandão, foram definidas as regiões onde os investimentos serão feitos. O dinheiro para essa nova leva de infraestrutura virá do aumento de capital de R$ 4 bilhões, esperado para acontecer ainda em 2018.

Em 2017, admitiu o diretor financeiro, a Oi sofreu com a perda de clientes. No B2B por conta do impacto e da incerteza em torno da recuperação judicial. “Contratos com grandes corporações são de longa duração e havia a instabilidade com relação à Oi”, assumiu. No varejo, a perda de base é justificada por dois fatores: o reajuste de 15% repassado aos clientes pelo aumento do ICMS na assinatura e o reajuste anual de 10%. “Com a economia instável, o brasileiro sentiu o impacto desses reajustes”, acrescentou o diretor financeiro.

Brandão enfatizou ainda que – mesmo na recuperação judicial – a operadora aumentou os investimentos. No ano passado, o aporte ficou em R$ 5,629 bilhões, com os recursos centrados principalmente no core de rede e na infraestrutura de acesso. “2017 fechou o ciclo da reestruturação da dívida. 2018 será o da reestruturação dos negócios”, resumiu.  Segundo o executivo, após o plano de recuperação judicial em dezembro do ano passado, a Oi atuou em cinco grandes frentes: melhoria da qualidade, transformação digital, controle de custo, gestão de caixa e reestruturação da dívida.

No caso das dívidas, a expectativa da Oi é uma redução em mais de R$ 35 bilhões, o que seria um valor “justo” em torno de R$ 14 bilhões – em 2017 a dívida bruta terminou em R$ 54 bilhões. Como em 2018 a posição de caixa prevista é de R$ 6,188 bilhões, Brandão acredita que a dívida líquida ao final do processo fique em torno de R$ 7 bilhões.


“Mesmo na crise aumentamos nossos investimentos. No ano passado, o aumento foi de 18,3% em relação a 2016 e de 30% em relação a 2015″, reforçou Carlos Brandão. O presidente da Oi, Eurico Teles, observou que 2017 foi um ‘ano tenso e intenso e muita gente desacreditou da operadora’, mas que os esforços internos permitiram enfrentar o momento. ‘A Oi já tem papel estratégico no setor de telecomunicações e pode ter muito mais, principalmente, na banda larga”, concluiu.

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