Telecom

Oi quer zerar endividamento com valorização da rede neutra V.tal

A Oi apresentou nesta quinta, 5/8, a cara independente da operação de fibras ópticas, com a proposta de alugar infraestrutura de rede para grandes e pequenos. Batizada V.tal, assim mesmo, com um ponto no lugar do ‘i’, é na prática o principal veículo de investimento da Oi, que enxerga ganhos suficientes com essa aposta para zerar o endividamento nos próximos quatro anos. 

“O plano da Nova Oi faz sentido quando olhado de maneira integral. De um lado, a transformação da companhia, o foco em fibra e soluções. E com a venda da V.tal, que acontece a uma valoração superior a R$ 20 bilhões, mas que esperamos seja multiplicada algumas vezes. Isso gera um valor do qual a Oi participa. A participação de 42% também significa a captura de valor no futuro”, afirmou Abreu. 

“Essa Nova Oi, focada em clientes, é menor, mas com possibilidade de crescimento grande, com mais de 10 milhões de usuários, com receita da ordem de R$ 15 bilhões por ano, acrescentado o valor da V.tal. Comparando o valor da dívida líquida futura com os ativos na construção da geração de valor da Infraco, pode ser uma empresa que tem, no ponto de vista de valor de ativos, uma dívida que poderia ser zerada, completamente eliminada pela compensação na captura de valor na participação na Infraco. É um plano de longo prazo, que não acontece do dia para a noite, acontece ao longo dos próximos três a quatro anos.”

O lançamento da marca é acompanhado de uma separação estrutural. O diretor comercial Pedro Luiz Arakawa vai tocar a operação de forma independente da Oi, até a conclusão da aprovação da venda do controle da V.tal para o banco BTG, pela Anatel e pelo Cade, esperada para acontecer até o final deste 2021. E em que pese uma intensa movimentação na era de ‘redes neutras’, há confiança de espaço para todos. 

“O Brasil tem aproximadamente 90 milhões de domicílios e pequenos negócios. Desses, algo entre 15% e 18% são conectados por fibra. Isso mostra que existe uma grande oportunidade. Os IPOs de provedores regionais mostra a captura de parte dessa oportunidade. Tem espaço para operação regional, tem espaço para operação nacional. A V.tal entra nesse ecossistema para viabilizar a expansão seja de operadoras, seja de provedores regionais”, disse Arakawa. 


A neutralidade das redes é, porém, relativa. Semelhante ao anunciado nas operações de fibra criadas por Vivo e Tim, a relação da Oi com a V.tal prevê alguma exclusividade. “A Oi vai ser o cliente mais relevante da V.tal. A companhia vai ser capaz de desenvolver áreas com outros clientes âncora também. E os clientes âncora passam a ter vantagens, períodos iniciais de exclusividade para poder trabalhar essas regiões. E a partir desse período, que deve ser curto, a rede se abre a outros provedores”, explicou Rodrigo Abreu. 

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