Para Huawei, Anatel tem de revisar decisão de destinar 6GHz apenas para o Wi-Fi
"Se for desenvolvido um ecossistema com a divisão 500MHz e 700MHz e o Brasil entrar depois, se já estiver ocupado pelo Wi-Fi fica complicado", afirma o diretor de Assuntos Regulatórios da Huawei, Carlos Lauria.
Defensora de primeira hora de mais espectro para aplicações móveis, a Huawei acredita que a Anatel pode reavaliar a decisão tomada no começo de 2021, de destinar toda a faixa de 6GHz para aplicações não licenciadas, como é o caso do WiFi.
“O que se espera é que a Anatel, de posse das informações sobre novos fatos desde que a decisão foi tomada, que reestude e avalie. Temos preocupação com o uso da banda pelo WiFi, porque está se desenvolvendo um ecossistema nos moldes de 500 MHz mais 700 MHz, com a parte baixa para não licenciados, a parte alta para licenciados, onde cada serviço pudesse utilizar de forma eficiente o espectro”, diz o diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Huawei, Carlos Lauria.
“A China foi o primeiro país a destinar a banda dessa forma. O assunto vai ser discutido na WRC. Se for criado um ecossistema global e mais adiante o Brasil revisar essa decisão e se já estiver ocupado pelo WiFi fica complicado”, explica o diretora da fabricante de equipamentos.
Afinal, sustenta, o desenvolvimento tecnológico exige previsibilidade. “Tecnologia precisa de planejamento de longo prazo. Em espectro, tratam-se de coisas para 20, 30 anos. As frequências leiloadas em 2021 começaram a ser estudadas em 2007. Enquanto o espectro não tem um vislumbre do que vai ser definido, não se consegue fazer a implementação tecnológica. Ou seja, decide o espectro para depois fazer o desenvolvimento tecnológico.”
Por isso mesmo, mal o 5G começou a ser implantado no Brasil e já se fala em novos recursos com o 5,5G. “O 4G demorou mais a chegar no Brasil. E depois evoluiu para o 4,5G. O que é essa geração intermediária? É antecipar parte das soluções da próxima geração. Lá no 4,5G foi a antena MIMO. No 5,5G, ou 5G advanced, são coisas que já começaram a ser discutidas. Mas leva tempo para a solução chegar no mercado. Deve chegar aqui no Brasil em cerca de dois anos, até pelo forte investimento feito no leilão e na rede. Mas virá nova tecnologia.”