Para presidente da Anatel, 5G pleno custa muito caro para o Brasil
Em reunião realizada nesta terça-feira, 9/2, no grupo de trabalho da Câmara dos Deputados sobre o 5G, o GT 5G, o presidente da Anatel, Leonardo Morais, informou aos parlamentares que vai apresentar um voto com mudanças no edital, na próxima reunião do Conselho Diretor da agência, em 25 deste fevereiro.
Segundo a coordenadora do GT 5G, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), a principal mudança seria na obrigação de implantação do que o mercado chama de realease 16 do 3GPP – ou seja, a oferta do que pode ser considerado 5G pleno, como defende o voto do relator, Carlos Baigorri.
“Há discordância de vários itens, especialmente com questionamentos sobre como será o 5G. Não teríamos condições de fazer isso agora, o que pode atrasar a implantação no Brasil”, disse a coordenadora do GT. Segundo teria informado Morais aos deputados, o release 16 implicaria mais investimentos para as operadoras.
O potencial “atraso” do 5G foi um dos pontos a preocupar os integrantes do GT que participaram da reunião. Houve sugestões de mudanças por parte dos parlamentares – como a inclusão de obrigações de cobertura rural, por exemplo – além de medidas que permitam antecipar a instalação das redes 5G nas capitais.
Apesar do posicionamento do presidente da Anatel, a defesa de um 5G ‘light’ não é consenso nem entre as operadoras que vão disputar o leilão, o que impede até mesmo um posicionamento unificado sobre esse assunto pelo sindicato nacional do setor.
Não exigir o chamado ‘release 16’ significa que as obrigações de cobertura podem ser atendidas com a versão turbinada de 4G que o mercado chama de 5G DSS. Mas como apontou o relator do edital, Baigorri, ao apresentar seu voto, trata-se de uma versão que não contempla todas as promessas da nova geração tecnológica. Ou, como melhor esclareceu o presidente da TIM, Pietro Labriola, trata-se de um ‘5G do marketing’.