Para Telefônica, revisão da LGT depende da política e deve ficar para 2018
O presidente da Telefônica, Eduardo Navarro, admitiu nesta quarta, 26/7, que as mudanças na Lei Geral das Telecomunicações, com a possibilidade do fim das concessões de telefonia, só devem avançar a partir do próximo ano. Além de não constarem da agenda do momento, a situação política não é favorável.
“A lei não é uma prioridade no momento, mas sim a reforma da Previdência e outros projetos. Estou convencido de que precisamos maior consenso na sociedade sobre a necessidade das mudanças, e não tenho dúvida sobre elas. A dúvida é se isso virá agora ou no ano que vem, depende da situação política”, disse o executivo durante a apresentação dos resultados trimestrais da tele.
O presidente da Telefônica disse ainda estar confiante de que será firmado Termo de Ajustamento de Conduta com a Anatel, com a troca de multas por compromissos de investimento. Mas também reconhece que se isso não avançar, haverá ajustes nos aportes previstos, ainda que o volume se mantenha. “Há uma alta probabilidade de [o TAC] ser aprovado. Mas caso não seja, vamos concentrar em cidades com maior atração comercial”.
Sobre o desempenho, o executivo destacou que “a maior parte das receitas já não depende mais da voz”, assinalando que o que a empresa agrega em ‘dados e serviços digitais’ responde por 72% do faturamento dos serviços móveis – eram 57% no segundo trimestre de 2016.
No geral, a Telefônica Brasil apresentou lucro líquido de R$ 872,9 milhões no segundo trimestre de 2017, alta de 24,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita operacional líquida subiu 1,8% na mesma comparação, para R$ 10,69 bilhões, com elevação de 1,8 ponto percentual na participação de mercado, que atingiu 30,7% ao fim de junho.
As receitas com o segmento móvel cresceram 3,8%, para R$ 6,53 bilhões, mais do que compensando a perda de 1,3% no faturamento com chamadas na telefonia fixa, que encolheu 1,3% sobre um ano antes, para R$ 4,16 bilhões.