Telecom

Para TIM, 5G não comporta neutralidade de rede

Sete anos e duas gerações tecnológicas depois, o setor de telecomunicações volta a reunir argumentos contra a neutralidade de rede como fazia antes da votação do Marco Civil da Internet, a Lei 12.965/14. Nesta terça, 22/9, ao discutir os desafios à implantação do 5G no Brasil, no Painel Telebrasil 2020, o vice presidente de assuntos regulatórios da TIM, Mario Girasole, voltou à carga. 

“Na medida que o 5G terá como grande capacidade dedicar os recursos necessários aos serviços apontados, o network slicing [fatiamento de rede], a neutralidade de rede como descrita hoje nas normas brasileiras é incompatível com o 5G”, afirmou o executivo. Como insistiu o vice presidente da TIM no debate sobre o Modelo do Leilão do 5G no Brasil, “as normas envelhecem e temos que encontrar uma forma de garantir a competição e a não-discriminação, mas que não seja entrave para o adequado uso e desenvolvimento da tecnologia”. 

É uma cantilena conhecida, usada na época para sugerir que os investimentos seriam prejudicados pelo conceito de que todos os pacotes são iguais perante à rede. O 4G chegou e as próprias operadoras foram as primeiras a anunciar que nunca investiram tanto. Como o próprio Marco Civil prevê discriminação de tráfego a partir de “requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações”, não há registro de investimentos que deixaram de existir. 

Justiça seja feita, foi o próprio Mario Girasole que, lá nos idos de 2013, durante a Futurecom daquele ano, tratou de esclarecer a todos exatamente o que significa falar de neutralidade de rede: “Não estamos falando de liberdade, mas sim do velho e bom dinheiro, de modelo de negócios.”


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