Telecom

Para TIM, preço do 5G não pode repetir 4G porque receitas são incertas

Em uma detalhada contribuição à consulta pública do leilão 5G, a TIM faz alguns alertas à Anatel, especialmente no que diz respeito à precificação das faixas de frequência, cujo filé está nos 400 MHz em 3,5 GHz. Segundo a operadora, não será possível simplesmente replicar o modelo de cálculo de preço mínimo porque as receitas a serem obtidas no 5G virão de modelos de negócios ainda pouco desenvolvidos. 

“Em grau diferente de leilões anteriores, a receita do 5G não será a clássica receita de banda larga móvel oriunda do consumidor final que terá sua taxa de transmissão Mbps aumentada (modelo B2C), mas decorrerá de modelos de negócios mais complexos como B2B2C, especialmente para a digitalização da indústria, cujos patamares de receita são ainda imaturos ou pouco desenvolvidos em qualquer país do mundo”, aponta a TIM. 

A empresa foi a única dentre as grandes teles do país a apresentar sugestões distintas daquelas englobadas pelo Sinditelebrasil – centradas no adiamento do leilão por conta da Covid-19, bem como pelas incertezas financeiras ainda existentes sobre o tamanho da mitigação das interferências nas antenas parabólicas. Por sinal, mesma linha condutora das propostas apresentadas pela Algar e pela Sercomtel. No caso da Algar, a diferença notável é a defesa de cinco blocos de 80 MHz na faixa de 3,5 GHz 

Insiste a TIM que “o 5G não traz receitas novas no modelo B2C, mas apenas a possibilidade de valores incrementais em vista do que hoje já compõe o ARPU  das operadoras com o 4G e, em menor escala o 3G, ao mesmo tempo que o modelo B2B2C ainda carece de experimentação e escala em todo o mundo”. Por isso, sustenta ser “imprescindível que haja Consulta Pública específica para metodologia de precificação, porque se trata de valoração inédita, contendo tecnologia nova e incertezas na avaliação sobre os custos e, sobretudo, sobre as receitas”.

Além disso, a empresa reitera o pleito para que a Anatel aceite projetos de 5G como qualificadores dos lances, sugerindo que “o Edital deverá contemplar a possibilidade de conversão do pagamento de até 90% do preço arrematado em projetos de 5G”, sob a justificativa de que “quanto mais rápida for a implantação da infraestrutura, mais rapidamente serão sentidos os benefícios para o resto da cadeia produtiva do país”.


Em março, quando da audiência presencial sobre o edital, a Anatel já indicara não ser muito favorável à ideia. “A ideia é usar o edital como instrumento de ampliação de infraestrutura. Nesse sentido, obrigar aquilo que o setor já faria detendo as faixas não faz muito sentido. E muito menos descontar do preço mínimo algo que seria interessante para o setor fazer”, afirmou à época o superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, Nilo Pasquali. 

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