Por banda larga e 5G, Telefônica prevê investir até R$ 10 bilhões
A Telefônica Vivo prevê investir mais no Brasil nos próximos dois anos, chegando a R$ 10 bilhões em 2020, revelou em teleconferência de resultados do terceiro semestre, realizada nesta terça-feira, 30/10, o presidente da operadora, Eduardo Navarro. O executivo admite que o 5G não fará pressão no Capex antes de 2020, mas que será necessário investir na infraestrutura. Hoje, a maior parte dos aportes está no FTTH, com presença em 105 cidades e planos de expansão para mais 25 cidades até o final do ano, e no IPTV, que cresceu 52% no semestre.
Ao abrir a teleconferência, Eduardo Navarro falou sobre o novo governo eleito no Brasil. Disse esperar que o País recupere a economia em 2019 e manteve a proposta do pacto digital para ampliar a competitividade.
Sobre Telecomunicações – ainda uma incógnita na estratégia do presidente Jair Bolsonaro – o presidente da Telefônica Vivo disse que espera ver as reformas aprovadas o quanto antes- o que significa a votação do PLC 79 ainda em 2019. “Mas não apostamos nisso”, acrescentou.
Também falou sobre o PGMU. Segundo ele, o momento é de discussão com a Anatel. “Temos que calcular e balancear as novas obrigações, mas acreditamos que tinha de acabar logo com a questão das obrigações da telefonia pública”, pontuou. Navarro evitou falar sobre espectro – muito em função da possível compra da Nextel. “Não vemos nada sobre isso”.
Um dos pontos altos do resultado financeiro da Telefônica Vivo no terceiro semestre foi o bom desempenho da operadora no pós-pago, que adicionou 1 milhão de novos clientes pós-pagos em sua base somente no trimestre. No acumulado do ano, foram mais de 2,6 milhões de novos clientes no pós-pago – um crescimento de 16,3% quando comparado ao mesmo período de 2017.
No terceiro semestre, de acordo com o balanço financeiro, os investimentos da Telefônica Vivo subiram 9,4% no período, atingindo quase R$ 2,4 bilhões, representando 22,2% da Receita Líquida Operacional no trimestre. Os recursos foram concentrados, principalmente, na ampliação da rede de fibra – presente hoje em 104 cidades de 15 estados do país – e na maior cobertura e capacidade na tecnologia 4G e 4G+ (nome comercial da tecnologia 4.5G).
Nos nove meses do ano, os investimentos somam mais de R$ 6 bilhões, o que representa 18,8% da Receita Operacional Líquida – aumento de dois pontos percentuais na comparação ao mesmo período do ano passado.
“Nossos investimentos seguem em ritmo acelerado com foco na ampliação do nosso mapa de cobertura e na expansão da rede móvel 4G, presente hoje em cerca de três mil municípios; e 4G+, que já alcança quase 900 cidades. Na rede fixa estamos entregando cada vez mais munícipios com fibra. Lançamos 16 novos municípios, mesmo número de cidades que entregamos em 2017 e, até o final deste ano serão mais de 25 entregues no total, incluindo novas capitais”, destacou o Chief Operating Officer (vice-presidente Executivo) da Telefônica Brasil, Christian Gebara.
O total de acessos móveis atingiu 74,4 milhões ao final do terceiro trimestre do ano, praticamente estável frente ao mesmo período do ano passado. Os acessos pós-pago apresentam crescimento consistente, alcançando 39,4 milhões de acessos, um aumento de 10,5% no período. A base de clientes pós-pagos já é maior que a de clientes pré-pagos, representando 53% da base móvel total. Por mais um trimestre, a Vivo consolida sua liderança no mercado móvel brasileiro, com 31.8% de market share total e 41,1% de market share pós-pago (dados da Anatel de setembro de 2018).
A Telefônica Brasil teve lucro líquido de 3,177 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 160 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, em meio a uma melhora do desempenho operacional e do resultado financeiro, que foi beneficiado por decisão judicial sobre incidência de PIS/Cofins sobre ICMS nas contas da empresa – R$ 1,38 bilhão, recebido em ação movida no Superior Tribunal de Justiça.