Positivo Tecnologia aposta no 4G; deixa o 5G de lado e quer ‘chacoalhar’ o mercado de smartphones
A Positivo Tecnologia anunciou nesta segunda-feira, 25/10, uma parceria de ‘longo’ prazo com a chinesa Transsion, dona da marca Infinix, e está lançando dois smartphones – com custo de R$ 1499 e R$ 1699, considerados premium para brigar com Xiomi, Samsung e Motorola.
A produção local – nas unidades de Manaus, no AM, Ilhéus, na Bahia, e em Curitiba, no Paraná – permite o ponto central da estratégia de massificação da marca Infinix: preços agressivos. “A produção local nos dá um custo até 35% menores dos terminais importados”, afirma Norberto Maraschin, vice-presidente de Negócios de Consumo e Mobilidade da Positivo Tecnologia. Sem falar em investimentos diretos, a empresa admite um aporte de R$ 50 milhões, em três anos, em todo o processo de fabricação.
O 5G está longe de ser uma prioridade, pelo menos, agora nessa fase inicial do negócio. Para a Positivo Tecnologia e para a própria Transsion, o 5G levará um tempo para se consolidar no Brasil e na América Latina. Até lá, afirma Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia, o 4G tem um caminho enorme para crescer. “Temos consumidores com aparelhos ruins e que podem, agora, comprar terminais de qualidade e com recursos por preços mais justos. Além disso, estamos dando dois anos de garantia. Isso é inédito no Brasil”, afirmou em coletiva de imprensa.
Não é a primeira vez que a Positivo Tecnologia quer ser um player do segmento de smartphone. A empresa atua com marca própria em aparelhos abaixo de R$ 1000,00 e nos feature phones, ainda usados com as tecnologias 2G e 3G no Brasil. Tentou um acordo – fracassado com a Huawei em 2018 – e depois fechou com a também chinesa Quantum, mas nos smartphones, a aliança não avançou. Em contrapartida, abriu um mercado relevante: o de máquinas de pagamento. “Fechamos com a Cielo e com um outro fornecedor. E nesse segmento a Quantum é uma grande parceira e será ainda mais”, afirmou Rotenberg, sem adiantar quem seria o segundo cliente.
Segundo dados da Positivo, a Infinix cresceu muito nos últimos dois anos, especialmente, em mercados como a Índia e a Rússia, e já detém 12,37% do mercado global de smartphones. Os terminais da Infinix serão vendidos nos principais varejistas do país – expectativa é chegar a 15 mil varejistas- e na Vivo, a partir de dezembro. O contrato, por enquanto, prevê exclusividade à operadora da Telefónica. Nessa fase inicial, o Infinix está sendo vendido nas empresas da Via Varejo. “Chegamos para chacoalhar o mercado de smartphones”, resumiu Hélio Rotenberg.