Telecom

Pré-pago na TIM tem uma queda de R$ 50 milhões por conta da Covid-19

A pandemia de Covid-19 impactou o resultado do primeiro semestre de 2020 da TIM. Em teleconferência de resultado, realizada nesta quarta-feira, 06/05, a operadora revelou uma queda entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões por conta da redução das recargas no mês de março em 20%. No pós-pago e na banda larga fixa, os impactos não foram contabilizados, sustentou o presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola.

O executivo confirmou que o momento é de muita incerteza. “Não dá para saber o próximo mês com a pandemia, mas dentro das condições adversas a partir de março, estamos satisfeitos com a nossa resiliência e disciplina no controle de custo”, pontuou Labriola. A banda larga fixa, com o TIM Live, por exemplo, mesmo com a pandemia registrou um incremento de 20% na base de clientes em relação ao mesmo período em 2019.

Para equilíbrio financeiro, muito em função do risco provocado pelo Coronavírus, a TIM pegou um empréstimo de R$ 574 milhões, com taxas de juros de 6% ao ano para ser pago em abril de 2020 e tem uma linha de R$ 1,5 bilhão em espera no BNDES. O adiamento do pagamento das taxas do Fistel e da Condecine, no valor somado de R$ 782 milhões, de março para agosto também trouxe alívio ao caixa da tele.

Como o pós-pago e a banda larga fixa se mostraram estáveis em março, mesmo com a pandemia, o nível de inadimplência está sendo monitorado, mas ainda é considerado sob controle, mesmo com o incremento da provisão para inadimplentes (veja abaixo em números), afirmou Adrian Calaza, CFO da operadora. A TIM criou um comitê que avalia semanalmente o impacto das cobranças na receita.

Números


O balanço financeiro da TIM revela que a receita líquida da empresa aumentou 0,6% comparado com o primeiro trimestre de 2019, totalizando R$ 4,215 bilhões. Considerando a receita de serviços, o total foi de R$ 4,091 bilhões, avanço de 1,7%. Segundo a TIM, a receita de serviços reduziu o ritmo de expansão após três trimestres consecutivos de crescimento.

Como colocado na teleconferência de resultados, as provisões para devedores duvidosos (PDD) aumentaram 9,3%, no quarto trimestre consecutivo de desaceleração de crescimento. “Tal performance é explicada pelo aumento da base de receita exposta a inadimplência em função do aumento da base pós-paga em 5,3% A/A, além de um ambiente macroeconômico desafiador (desemprego, renda e endividamento das famílias)”, aponta a TIM.

A operadora registrou R$ 1,924 bilhão de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) reportado, um aumento de 7,9%. Segundo a operadora, as principais alavancas foram a manutenção de forte controle de custos/despesas e aumento da receita do serviço móvel e do fixo.

O investimento da empresa – CAPEX – no período foi de R$ 904 milhões, aumento de 39,1% no comparativo anual, uma queda em relação ao trimestre anterior. Os recursos foram mais destinados à infraestrutura (90% do total), especialmente projetos de TI, tecnologia 4G em 700 MHz, redes de transporte e expansão do FTTH (15% dos investimentos no período).

A dívida líquida da companhia aumentou R$ 1,012 bilhão em 12 meses, e encerrou março totalizando R$ 10,156 bilhões. A relação dívida líquida/EBITDA ficou em 1,03 no trimestre. No operacional, a TIM encerrou março com queda de 4,1% na base móvel total, totalizando 52,826 milhões de acessos. Desses, 31,153 milhões eram pré-pagos (redução de 9,7%). Mas no pós-pago, a operadora avançou 5,3%, totalizando 21,673 milhões de chips.

A TIM afirma ainda estar cobrindo 3.506 cidades com 4G, um avanço de 6,4%. Dessas, 2.436 (avanço de 65,6%) são com a faixa de 700 MHz. Ainda em cima do total, 3.459 municípios contavam com a tecnologia de voz sobre 4G (VoLTE), um aumento de 27,6%. A tele também avançou no 3G: 3,1%, agora totalizando 3.285 cidades.  A empresa informa ter 21.652 sites, dos quais 84% são cobertos com backhaul de alta capacidade. A operadora declara ter aumentado em 11,2% a sua rede de fibra – backbone e backhaul -, totalizando 102 mil km em março.

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