Qualcomm vai fabricar chips para IoT e smartphones no Brasil
A americana Qualcomm e a taiwanesa USI anunciaram nesta segunda-feira, 05/02, a criação de uma joint venture para construir na região de Campinas (SP) uma fábrica e um centro de desenvolvimento de semicondutores, voltada a Internet das Coisas (IoT) e smartphones. A fabricante norte-americana também anunciou que pretende criar um centro, em parceria com universidades, para que municípios possam discutir como implantar soluções de cidades inteligentes.
A previsão é que o desenvolvimento de componentes para smartphones comece já em março, reportou a a Qualcomm. Já a fabricação dos semicondutores deve demorar um pouco mais. A área em que a fábrica ficará na região de Campinas ainda não está definida, mas a estimativa é que a planta comece a operar em 2020. Essa será a primeira unidade na América Latina da USI, um braço da taiwanesa AES. O investimento será de US$ 200 milhões em cinco anos. As duas empresas esperam criar entre 800 e 1 mil vagas de emprego.
“Os semicondutores dentro dos aparelhos eletrônicos têm um valor importante, e o Brasil não participava dessa cadeia”, diz Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para América Latina. De acordo ainda com a Qualcomm, o produto a ser feito pela fábrica é uma novidade no mundo. Ele é um módulo que contém toda a eletrônica presente em um smartphone, pois já agrega em um só componente mais de 400 elementos eletrônicos que executam funções diferentes de um smartphone. Entre as atividades executadas pelo chip, há desde a identificação da radiofrequência até as capacidades de GPS.
“Na nossa indústria, todo mundo que apostou contra a integração perdeu”, diz Cristiano Amon, CEO da Qualcomm. “Em vez de copiar o que vem sendo feito na Ásia, a gente resolveu inovar. Talvez, com isso, o Brasil possa vir a ser um polo”, diz Steinhauser.
O módulo vai atender às empresas instaladas no Brasil, mas pode abastecer outros mercados. Segundo o presidente da Qualcomm no Brasil não ter capacidade instalada para fabricar chips, faz com que o Brasil gaste US$ 20 bilhões importando esses componentes de fora. Além disso, limita a formação de profissionais. “Não temos mão de obra qualificada”, lamentou Steinhauser.
Quando o acordo entre governo federal e as empresas foi firmado em março de 2017, o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, comentou que parte dos US$ 200 milhões investidos seria financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os valores do empréstimo e do investimento individual de cada empresa não foram detalhados.
Segundo ainda Cristiano Amon, a tecnologia que a Qualcomm vai produzir no Brasil colocará o País em detaque na área de Internet das Coisas, 4G e 5G. “A gente compara a transformação do 4G para o 5G como aquela que a sociedade enfrentou com a chegada da eletricidade”, completou Amon.
*Com informação do Portal G1.