Rico Telecom quer 5G com celulares sem marca para avançar com MVNO nacional
Atender as classes C, D e E com qualidade garantida e atendimento especializado de suporte e call center. Esse é o objetivo da Rico Telecom, operadora MVNO, que vai usar a Datora e a rede da TIM para oferecer serviços móveis. “Meu contrato com a TIM é de cinco anos e tem exclusividade. A TIM está me passando 20 mil chips a cada 40 dias para suprir a minha necessidade. Hoje eu atendo 30 mil novos clientes na Casa do Celular”, conta o CEO da BHolding e dono da Rico Telecom, Hugo Casasanta.
Em entrevista exlusiva ao Convergência Digital, o executivo revelou detalhes da sua estratégia. A primeira operação foi em Santarém, Pará, onde a Casa do Celular surgiu. A empresa também está em Fortaleza e já tem 1.000 chips ativados sem nenhuma operação de marketing e 15 mil chips em estoque. Os próximos passos são crescer no Nordeste, onde a Casa do Celular tem marca reconhecida.
E falando em brand, uma das estratégias da Rico Telecom é acertar com fornecedores ‘sem marca’ como Multilaser, Positivo, Rialme e outras como Philco e PCL. “Estou indo com aqueles que podem me vender celulares adequados para o meu público. Eu já vendo 8 mil aparelhos Multilaser por mês e já fechei com dois fornecedores ( os nomes não foram revelados) e terei 5G de entrada pelo custo máximo de R$ 1.500. Como atuo com planos pré-pago e controle, acredito muito no viés desse serviço. Só terei pós-pago em algumas localidades e numa etapa seguinte”, explica Casasanta.
Ainda segundo o CEO, o cliente da Casa do Celular quer sair da loja de telefone novo e, de preferência, já funcionando. “Os vendedores da Casa do Celular auxiliam os clientes em tudo o que eles precisam para utilizarem o celular como desejam, seja para entretenimento, trabalho ou acesso à Internet. A instalação do chip complementará esse set up inicial do aparelho que estava faltando”, explica.
Indagado sobre o risco de inadimplência, uma vez que lida com as classes menos favorecidas, Hugo Casasanta diz que trabalha com parceiros tanto no financiamento dos aparelhos celulares e no pré-pago, o cliente cancela quando quiser. “A minha proposta foi clara. Não queria passar pelo que já passei com as teles grandes. Quem quiser cancelar, vai cancelar na hora pelo aplicativo, pelo site ou pelo telefone. Será tudo bem simples e sem burocracia”, promete.
Com um investimento inicial de R$ 1 milhão, o negócio já gerou 300 postos diretos de trabalho no Estado do Pará. Para 2023, o investimento deverá dobrar já que o objetivo é chegar a 24 estados onde há as lojas físicas da Casa do Celular. Casasanta diz ainda não temer o mercado de MVNOs. “Podemos lembrar que nenhuma das MVNOs que acabou não indo adiante tinha o conhecimento de telecom, não vendia aparelhos. Nós vendemos aparelhos e o meu custo operacional é baixo em função disso. O mercado de MVNO está mudando. Estamos lutando para ter mais direitos e nos consolidar”, completou.