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Telecom

Robôs respondem por 76% do tráfego das redes de telecom

Um estudo da empresa de segurança cibernética F5 buscou mapear o quanto o tráfego de empresas de todas as verticais da economia é formado por robôs (bots) e por acessos humanos. E a conclusão é que o setor de Telecomunicações é o que conta com a maior penetração de tráfego automatizado – o que inclui “bons” bots, como sistemas de atendimento ou chatbots. 

Somente em abril, 76,6 % de todo o tráfego automatizado analisado pela F5 pertencia às cinco grandes operadoras de Telecom que operam nos EUA, foco do estudo. São operadoras que processam entre 2.8 e 188 milhões de transações por mês.

As verticais ligadas a finanças (bancos, cooperativas, seguradoras etc.) apresentaram os menores índices de tráfego automatizado em seus sistemas. “Esse é um setor maduro tecnologicamente e que possui processos em constante atualização. Isso explica o uso de soluções para mitigar esse tipo de ameaça”, aponta o estudo. Apenas 0,1% do tráfego das seguradoras, 0,5% dos ambientes dos bancos e 0,8% dos sistemas das cooperativas financeiras são formados por Bots. 

O estudo analisa a presença de Bots a partir dos pontos de acesso do usuário. Isso inclui mapear o que se passa quando um consumidor acessa uma página Web a partir de um computador desktop, via browser, e qual a realidade de quem interage com uma determinada empresa a partir de seu smartphone, via Apps. “Cresce a cada dia a opção por realizar acessos a partir do smartphone, por meio de Apps”, diz Kell. Embora essa tendência permeie a maior parte das verticais foco deste relatório, novamente o destaque fica por conta do setor de Telecom. “44,6% dos acessos via Mobile Apps às operadoras são formados por Bots”. 

As operadoras de telecom estão mergulhadas em um volume maciço de Bots, com a possibilidade de muitos serem agentes maliciosos. “Criminosos digitais com foco no segmento de Telecom encontram, em alguns casos, um ambiente com nível de maturidade menor no que diz respeito a alguns tipos de ameaças avançadas. Como, no Brasil e no mundo, os grandes carriers são poucos, isso diminui o número de alvos para as gangues digitais, fazendo com que algumas se especializem nesta vertical”.


É importante destacar que os serviços de Telecom são o meio pelo qual usuários de todas as geografias acessam as organizações com quem fazem negócios. Muitos processos de autenticação de identidade e credenciamento de usuários/consumidores são realizados no smartphone, por meio de mensagens push, SMS ou Whatsapp.

A partir de análises de fatores valor, segurança, risco e dissuasão, o relatório aponta porque a indústria das telecomunicações é a mais atacada: o valor do pagamento resultante da tomada de conta é muito elevado. As contas de telecomunicações permitem que hackers roubem novas atualizações de telefones e obtenham smartphones novos.
Eles também podem assumir e portar números de telefone para outros dispositivos, contornando o 2FA baseado em telefone usado por bancos e outros alvos de alto valor. Isto torna as empresas de telecomunicações alvos muito desejáveis, mesmo que tenham orçamentos e equipas de segurança muito grandes. Dada a consolidação na indústria das telecomunicações, a taxa de correspondência de credenciais roubadas será certamente elevada, uma vez que a maioria dos adultos tem uma conta de telecomunicações num dos poucos fornecedores, em comparação com as dezenas de milhares de cooperativas de crédito.

“Conforme o nível de sucesso do criminoso digital, é possível assumir o controle do smartphone, conquistando direitos de acesso privilegiado a contas bancárias, portais de e-Commerce, sites de E-Gov etc. Quando isso acontece, o segundo fator de autenticação, estabelecido para proteger tanto o usuário como a organização, torna-se uma arma na mão da gangue digital”. 

Além de telecom, foram avaliados bancos, cooperativas de crédito, empresas aéreas, ecommerce, entretenimento, moda, supermercados, saúde, hotelaria e seguros. 

Alguns setores observam níveis mais elevados de automação na Web, enquanto outros observam níveis mais elevados em dispositivos móveis. A tendência tem sido uma proporção crescente de ataques automatizados provenientes do canal móvel ao longo do tempo. Esta tendência continua mesmo em setores onde a maioria dos ataques ainda ocorre na Web. À medida que mais indústrias adotam arquiteturas de aplicativos modernas e avançam para APIs, esperamos que essa tendência continue, à medida que as APIs são mais estruturadas e mais fáceis para os invasores trabalharem.

Os dados se concentram no primeiro semestre de 2023, com análises aprofundadas de setores e fluxos específicos. Um fluxo é definido como um aplicativo ou função de API, por exemplo. Login, inscrição, pesquisa, compra etc. Essas são funções que um determinado endpoint permite que os usuários executem.

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