Telecom

Rodrigo Abreu: Oi tem ativos para renegociar dívida de R$ 33 bilhões

O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, disse nesta terça, 7/2, que a empresa ainda tem ativos para colocar na mesa de renegociação com os credores financeiros. O executivo, junto com parte do Conselho de Administração, esteve na Anatel para explicar ao regulador como a empresa pretende superar essa nova etapa, além de sinalizar com garantias de que a prestação dos serviços será minimamente afetada. 

“Como já aconteceu nas outras vezes, foi uma reunião de acompanhamento de status, prestando contas, mostrando qual o plano, quais os passos para encaminhar a sustentabilidade futura da companhia”, disse Abreu ao fim do encontro, na sede da agência, em Brasília. 

O presidente da Oi sustentou uma atuação em três frentes: continuar a construção da nova empresa, renegociar as dívidas financeiras e equacionar a concessão. Mas ele reconheceu que as dívidas comprometem o futuro da empresa caso não haja acordo. 

“O que viemos comentar hoje, em função do pedido cautelar, é o bloco da estruturação da dívida financeira. Não adianta ter uma companhia viável, sustentável, que gera resultado, que tem perspectiva estratégica, se carrega uma dívida de passado, apesar de muito menor de quando começou esse processo em 2016. Se o valor da dívida de 2016 fosse atualizado, a dívida seria hoje cerca de R$ 90 bilhões. Essa dívida hoje, bruta, com tudo que aconteceu, com todos os eventos, com toda nossa atuação, é uma dívida bruta, a valor de face, da ordem de R$ 33 bilhões, e a valor justo, da ordem de R$ 22 bilhões”, explicou Abreu.

A reunião foi convocada pelo presidente da Anatel, Carlos Baigorri, depois que a Oi foi à Justiça pedir a suspensão de pagamentos a credores, etapa preparatória do que será um novo pedido de recuperação judicial. “Existe um problema de dívida passada que foi parcialmente resolvido. Quitamos integralmente a dívida com o BNDES, reduzimos a dívida em valores atualizados a cerca de um terço da dívida original. Agora, é compatível com a capacidade de geração de resultados futuros da companhia? Não é. Por isso está sendo feito um processo de reestruturação de dívida com credores financeiros”, disse o presidente da Oi. 


Abreu sustentou que a cautelar para suspender cobranças é legítima e faz parte do processo negocial. “A gente fez um pedido que faz parte da Lei de Recuperação. Não é uma medida exótica, não é um subterfugio, não é uma medida legal que não existe. Faz parte da Lei de Recuperação, instituído em 2020, e que foi lançado mão justamente porque estamos em período de negociação com credores. Está discussão está andando, em bases confidenciais, e a gente espera resolver o mais rápido possível. O pedido foca primordialmente na recuperação de dívidas financeiras e não existe nenhuma intenção de causar impacto em qualquer outra obrigação da companhia.”

Uma solução para a dívida é fundamental para o futuro da Oi. Mas também é um acerto definitivo sobre as concessões de telefonia fixa. Ele adiantou para a Anatel que nas dívidas não vai incluir os papagaios com a própria Anatel e União, já alvos de negociação na primeira recuperação judicial. “Na questão regulatória não temos intenção de rever nenhum tipo de acordo e negociação de transação de créditos de Anatel ou qualquer outro tipo de obrigação que já tenha sido transacionado. Isso foi deixado claro na peça quanto na discussão com a agência hoje. O objetivo central e primordial é renegociação, reestruturação de dívidas e ônus financeiros, com o mínimo impacto à operação, à fornecedores, à clientes, à parceiros ou à própria agência.”

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