Sem dinheiro das big techs, Europa fica para trás em 5G, banda larga e IA
A Europa está ficando para trás em relação a outras regiões e precisa investir maciçamente em sua rede de telecomunicações para atingir suas metas digitais, disse o chefe da indústria da UE, Thierry Breton, nesta terça-feira, 06/06, ao defender que as Big Tech ajudem a financiar o lançamento de novas infraestruturas de banda larga e 5G.
O posicionamento do chefe da indústria da UE o coloca em oposição ao órgão regulador de telecomunicações da UE, que, no mês passado, apontou não ver um problema de concorrência ou falha de mercado para justificar qualquer legislação sobre o assunto. “A capitalização de mercado das empresas de telecomunicações da UE fica consistentemente atrás da dos Estados Unidos. É melhor ser uma empresa de telecomunicações nos EUA do que na Europa”, reiterou Breton.
“Em termos de implantação do 5G, a UE fica atrás de outras regiões do mundo. Apenas para alguns números, a cobertura da população 5G é de 95% nos EUA, contra 72% na UE. Ajustado pelo PIB, o investimento em 5G na UE é menor do que em outras regiões do mundo”, adicionou. Breton lembrou ainda que a Europa também precisa investir em computação em nuvem de ponta, inteligência artificial e virtualização de rede.
“Nossa infraestrutura, telecomunicações em rede e conectividade são adequadas para o propósito de corresponder aos nossos dados digitais? Minha resposta hoje é não”, respondeu Breton. Ele descartou qualquer mudança com a neutralidade de rede. “Não vamos tocar na neutralidade da rede. Não é uma questão de mudar a neutralidade da rede. Isso está embutido em nossos valores e em nossa Década Digital, então, por favor, parem de dizer isso”, reclamou Breton.
Breton informou que recebeu 437 submissões à consulta pública em andamento. até o final junho, o executivo deverá emitir um relatório. Qualquer proposta legislativa precisa ser discutida com os países e legisladores da UE antes que possa se tornar lei. O embate coloca Deutsche Telekom, Orange, Telefônica e Telecom Italia contra Google, Apple, Meta Platforms, Netflix, Amazon e Microsoft.