Sindisat reclama da ‘fome’ das operadoras por espectro para o 5G
As empresas que operam satélites no Brasil reclamam do constante apetite das teles móveis por mais espectro, e acusam a investida sobre o que consideram radiofrequências de uso satelital, especialmente na construção do primeiro leilão 5G no país, previsto para 2020.
“Ainda nos surpreende a progressiva e constante investida do segmento móvel sempre em busca por mais espectro, inclusive daquelas faixas que já estão atribuídas e em uso por satélites de comunicação. Não satisfeitos com as faixas de 450, 700, 800, 900, 1.800 MHz, além do 2,1, 2,5 GHz, isso só para mencionar as que já estão autorizadas para uso, o segmento móvel ainda segue firme em sua jornada de pedir tudo para conseguir o desejável. Agora, após o 3,5 GHz, a banda C é o mais novo objeto de interesse”, dispara o presidente do Sindisat, Luiz Otavio Prates.
“Tomando por base a essencialidade do espectro para o satélite, o Sindisat torna a defender a atribuição e a destinação das faixas já designadas para a tecnologia de satélites”, emenda o executivo. “Essa reiterada e contínua tentativa de destinação de faixas e mais faixas para compor o amplo portfólio de frequências do 5G é uma pauta que, se não definitivamente superada como é no caso de 28 GHz, com mais de 8 satélites já operando no Brasil nessa faixa, é, no mínimo, prematura.”
Até aqui, a Anatel alinhou nacos das faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz para o que se anuncia o maior leilão de espectro já realizado pela agência reguladora brasileira. O plano é de que essa oferta pública seja realizada em algum momento de 2020.
“Não se trata de defender algo inovador e eventualmente impossível, mas de apontar caminhos, como o compartilhamento de rede em determinadas faixas, como a de 26 GHz, que possui ampla capacidade espectral, para uso simultâneo por diversas operadoras. Isso evitaria essa gana de abocanhar este recurso que é essencial para a indústria satelital.”