Telecom Italia negocia fusão da rede fixa com Open Fiber
A Telecom Italia assinou um acordo de confidencialidade com o credor estatal italiano CDP para iniciar negociações formais sobre a combinação da rede do grupo de telefonia com a do rival de banda larga Open Fiber.
A medida ocorre quando o chefe da TIM, Pietro Labriola, avança com um plano para renovar a maior empresa de telefonia da Itália, centrado em uma separação de suas operações de rede atacadistas de seus negócios de serviços.
O início das negociações, anunciado pela empresa no sábado, 2/4, é mais um sinal de que a TIM planeja traçar um rumo diferente para uma abordagem não vinculante para todos os seus negócios feitos pelo fundo norte-americano KKR em novembro.
A TIM manteve a KKR esperando por quatro meses antes de concordar em março em se envolver em negociações, enquanto avançava com sua reorganização autônoma para desbloquear o que o grupo chama de seu “valor inexplorado”.
Uma fonte familiarizada com o assunto disse que a KKR dirá em uma carta nesta segunda-feira, 4/4, que não fará uma oferta formal a menos que a TIM conceda a devida diligência que o fundo vem solicitando há meses, o que se tornou mais crucial à medida que a situação do mercado muda devido à o conflito na Ucrânia.
A TIM, que pediu à KKR para dizer se os termos de sua abordagem de 10,8 bilhões de euros ainda eram válidos, disse que a revisão só pode ser de natureza confirmatória, o que significa que teria que ser precedida por uma oferta formal.
O conselho da TIM deve discutir a carta da KKR e uma proposta separada da empresa de private equity CVC para uma participação em seu negócio de serviços corporativos em 7 de abril.
Roma tem feito questão de fundir os ativos fixos da TIM com os da Open Fiber para evitar a duplicação dispendiosa do investimento necessário para atualizar a rede nacional, mas um acordo provou ser difícil devido a questões antitruste.
A TIM disse que pretende firmar com o CDP até 30 de abril um memorando de entendimento para definir os objetivos, a estrutura e os principais critérios de avaliação do projeto de integração.
A Open Fiber é 60% detida pela CDP, que por sua vez também detém 10% da TIM. Sob o plano de união, a estatal CDP obteria o controle da rede fundida, disseram fontes, o que poderia aliviar as questões antitruste, já que a TIM não teria mais a maioria.
Fontes disseram que a TIM pode mais tarde chegar a um acordo com a KKR envolvendo o fundo em seus planos para a união da Open Fiber. A KKR já possui uma participação de 37,5% na rede de última milha da TIM.