Telefônica diz que concorrência disparou guerra de preços
A Telefônica Vivo apresentou nesta quarta, 25/7, seus números sobre o segundo trimestre de 2018, com resultado expressivo provocado por uma decisão favorável da Justiça sobre tributos devidos. No geral, o desempenho foi de alta nos acessos, nas receitas e no lucro, que bateu os R$ 3,1 bilhões, sendo mais da metade disso (R$ 1,8 bi) graças ao ajuste do peso do PIS/Cofins no ICMS.
Sem considerar o impacto extraordinário, o lucro cresceu 28,7%, dos R$ 873 milhões um ano antes para R$ 1,3 bilhão. Ao apresentarem os dados, os executivos da operadora destacaram especialmente o crescimento da banda larga fixa e das receitas com dados, de longe o principal componente do faturamento na telefonia móvel.
Do lago negativo, ainda efeitos da crise, principalmente na redução das recargas dos pré-pagos, embora parte da queda desse segmento se deva também a uma certa migração para planos pós-pagos, do tipo ‘controle’ ou planos ‘família’. Mas há, também, uma avaliação de que o mercado está sendo pressionado por uma guerra de preços.
“A inflação em queda teve impacto nos preços. E temos concorrente puxando para baixo. Tivemos que reagir. Apesar das promoções agressivas feitas pelo mercado, fomos quem mais ganhou clientes pós-pagos. Mas há espaço para maior racionalidade”, afirmou o vice presidente executivo da operadora, C Christian Gebara, ao tratar do assunto nesta quarta, durante apresentação dos números trimestrais ao mercado financeiro.
A empresa informa ter 51% da base já em planos pós-pagos e números de maio, os últimos divulgados pela Anatel, indicam que detém 31,9% do mercado móvel como um todo e 41,3% dos pós-pagos do país. A receita líquida móvel cresceu 4,2% no segundo trimestre, para R$ 6,8 bilhões. Como mencionado, destaque para as receitas com dados, que avançaram 11,5% em 12 meses e representam 78,5% dos ganhos no segmento.
A receita com banda larga cresceu 13%, puxada pela evolução do que chama de ultra banda larga (+34 Mbps), que representou 66% da receita de acesso a internet além da expansão da rede de fibra óptica que chega a 98 cidades. Segundo a empresa, as receitas com FTTH cresceram 48% na comparação com o mesmo período do ano anterior. “Os resultados mostram nossa estratégia de criação de valor no móvel, na digitalização, na fibra, que nos deixa em forte posição de sermos a operadora convergente”, disse o presidente da empresa, Edurado Navarro.