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Telefônica/Vivo: Das grandes concessionárias, três quebraram e uma terá déficit

As quatro grandes concessionárias de telefonia fixa do Brasil ou quebraram ou vão operar com déficit, afirma o presidente da Telefônica/Vivo, Eduardo Navarro. Segundo ele, essa experiência demonstra não apenas que o modelo se mostrou inviável como evidencia a necessidade de revisão urgente do modelo regulatório. 

“A Embratel quebrou em 2004. Foi socorrida, é uma empresa muito solvente hoje em função da Net e do serviço de dados, mas não da concessão original do serviço, que quebrou em 2004. Outras duas, a Brasil Telecom e a Oi, entraram em recuperação judicial. E a Telefônica, que tinha um estado mais fácil a partir do ano que vem é deficitária em caixa”, afirmou o executivo nesta terça, 14/3, durante debate sobre a revisão do modelo promovido pela Momento Editorial.

“A Telefônica não vai quebrar porque temos serviços muito sãos, de banda larga, de TV, telefonia celular. Mas isso não se confunde com a concessão. Estamos vivendo um momento difícil, mas temos uma oportunidade de mudanças. Ainda que a lei fosse aprovada hoje, os efeitos demorariam entre 12 e 18 meses. Nessa situação, o país pode esperar?”, provocou, ao defender a aprovação do PLC 79/16, que abre caminho para a transformação das concessões em autorizações, com carga regulatória reduzida. 

Ele sustentou, no entanto, que como a operação é lucrativa nos serviços em regime privado, a empresa pode suportar a concessão até 2025. “A Telefônica não tem nenhuma pressa de migrar. A concessão não é para nós um ônus importante. Podemos conviver com isso. Estamos crescendo muito em celular, em banda larga.” Ainda assim, entende que o projeto de lei, “se não a única, é a melhor forma de garantir o acesso massificado ao serviço de banda larga sem onerar o orçamento público”.

Ainda assim, ele revelou que a operadora está em processo de contratação de consultoria especializada para avaliar o patrimônio que, com o fim da reversibilidade dos bens, poderá ser convertido em compromissos investimentos. “Estamos contratando uma avaliação de quanto valem os imóveis, o que está sendo usado para celular, para administrativo. Eu quero estar preparado para esse debate”, completou.


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