Telecom

Teles dizem que é tempo de colaboração e reforçam: ‘somos um setor relevante’

Em meio ao debate sobre a cobrança de uso de redes pelas big techs, o fair share, o tom adotado pelas teles no MWC 24 foi de convocação. "Teles, Big techs, agregadores, desenvolvedores de software e a indústria têm de criar juntos", sustentou o CEO da Telefónica, José María Pallete.

A cobrança pelo uso responsável pelos recursos compartilhados, leia-se um pagamento diferenciado pelo uso das redes pelas big techs, esteve na abertura do Mobile World Congress 2024, em Barcelona, nesta segunda-feira, 26/02, mas o tom foi bem mais ameno que o adotado em 2023. A palavra colaboração foi adotada como um mantra.

“Teles, big techs, agregadores, desenvolvedores de software e todos os participantes da indústria têm de estar juntos para criar o futuro digital”, conclamou o CEO da Telefónica e chairman da GSMA, José María Pallete, em um auditório lotado por representantes da indústria de Telecom. “É hora de uma parceria global e de uma governação justa para proporcionar uma cadeia de valor sustentável e benéfica; é hora de uma utilização responsável dos recursos partilhados; é hora de um novo cenário regulatório”, adicionou.

Pallete observou que as redes estão ficando proativas e desenvolvidas para um mundo como serviço. “Estamos desconectando antigas tecnologias e investindo em fibra e 5G porque novos serviços como chatGPT, drones e outros exigem demais. O tráfego vai crescer mais de quatro vezes nos próximos sete anos. Temos de evoluir nossas redes. É um processo imparável, mas tão importante como investir em fibra e 5G é também encerrar o uso de tecnologias legadas como 2G, 3G e cobre”, adicionou.

Para o CEO da Telefónica e chairman da GSMA, já passou da hora de mudar as regulamentações para o século 21. “É tempo de dizer adeus às velhas regulamentações para o mundo como serviço que estamos construindo”, adiantou. Dados apresentados pelo executivo reforçam a tese que, até 2030, as operadoras terão de investir mais de US$ 1,5 trilhão em investimentos para se adequarem às ofertas de novos serviços digitais.

Ao final, Pallete- lembrando os 100 anos da Telefónica em 2024 – foi enfático. “Nós fazemos parte de um setor muito relevante porque nós temos a preocupação com as pessoas. Nós temos serviços para as pessoas”, completou.  O discurso da colaboração estava afinado. A CEO da Vodafone, Margherita Della Valle, também defendeu uma nova regulamentação para o setor. “Imagine se os bilhões que gastamos hoje fossem para investimento. Temos de trabalhar em parceria, temos de cooperar para servir melhor aos nossos usuários”, completou.


* Ana Paula Lobo viajou a Barcelona, na Espanha, a convite da Huawei do Brasil

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