Telecom

Teles:”É insustentável construir novas redes sem a devida remuneração”

O recado mais duro no primeiro dia do Mobile World Congress 2023, que acontece em Barcelona, na Espanha, foi dado pela CEO da Orange, Christel Heydemann. A executiva foi direta ao ponto ao dizer que está ‘insustentável construir novas redes, o mundo gigabits sem ter como monetizar ou sem o reconhecimento devido dos aportes já feitos, algo em torno de 600 bilhões de euros”.

A disputa pela remuneração do uso de redes está acirrada na Europa, desde que a Comissão Europeia abriu uma consulta pública para tratar da remuneração às teles por parte das chamadas big techs, que de acordo com as teles, respondem por 60% do tráfego de rede e não pagam pelo uso da infraestrutura. 

“Temos um sério risco de 45 milhões de europeus não terem acesso ao mundo de gigabits em 2030. Se os nossos investimentos não forem remunerados, não teremos como fazer mais e nós somos os responsáveis por construir o futuro”, preconizou Christel Heydemann. 

A CEO da Orange foi além: “Não estamos falando em quebrar a neutralidade de rede, mas queremos ter o devido reconhecimento que não temos. Precisamos capturar valor das redes que construímos senão há riscos para investimentos futuros”. 


Na sua apresentação, o chairman da GSMA e CEO da Telefônica, José María Pallete, já tinha reiterado o discurso que o mundo digital necessita de uma ‘contribuição justa’ por todos os atores do setor, referindo-se, claramente, às big techs, na parte da construção da infraestrutura de telecomunicações. O executivo reforçou que sem ‘as telcos não há mundo digital’.

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