Telecom

Teles: mais longe dos consumidores, mas grandes plataformas de APIs

A Anatel abriu nesta terça, 1/8, o seminário Desafios do Ecossistema Digital: Redes, Plataformas e Novos Serviços, como veículo para discutir o papel da própria agência reguladora diante da transformação digital. 

“Os desafios mudaram completamente. Queremos definir os próximos passos e as melhores práticas para lidar com o ecossistema digital”, afirmou o presidente da agência, Carlos Baigorri.  A Anatel, vale lembrar, tem uma tomada de subsídio para discutir algum tipo de regulação da internet e a remuneração pelo uso das redes de telecomunicações pelas grandes geradoras de tráfego. 

Mas como destacou o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), Fabro Steibel, é válido lembrar que a segregação entre telecom e internet fez e faz bem ao consumidor.  A nova telecom tende a ser mais voltada a ser uma plataforma de inovação.

“Um dos caminhos é por APIs. APIs em infraestrutura são super necessárias. Por exemplo, para validar um número, validar se trocou de chip, uma API absurdamente necessária para combater fraude. E um dos papéis da Anatel é fomentar esse mercado de API e fazê-lo acessível”, disse o diretor do ITS Rio. 

Até porque, como ressaltou o diretor de Investimento e Inovação do Ministério das Comunicações, Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo, o papel de plataforma reforça a importância da infraestrutura.  “Uma abordagem é ser uma grande API. As prestadoras de serviços de telecomunicações estão bem posicionadas para serem plataformas, no sentido de serem habilitadoras à prestação de serviços que de repente nem são providos por elas diretamente”, disse Araújo. 


“Nessa transformação da proposta de valor, as prestadoras de telecomunicações talvez tenham que perder o vinculo com o consumidor final, o usuário, e se colocarem como habilitadoras de soluções e inovação. E isso é particularmente importante no contexto do 5G, com as oportunidades em virtualização de rede, IoT, inteligência artificial, análise de dados”, adicionou.

Mas e o custo? O fair share? O compartilhamento de obrigações? “Não sei se o caminho é impor uma remuneração específica, isso é temerário. Mas é natural que modelos acabem acontecendo naturalmente porque todo o ecossistema depende dessa infraestrutura. Não haverá um achatamento paulatino de um setor do qual todos dependem. Os mecanismos de remuneração vão aparecer. Para além do fair share e dos custos de investimento, há uma seara que deve ser debatida a respeito da contribuição das plataformas para os fundos setoriais”, completou o diretor do Minicom.

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