Teles querem filtros nas parabólicas e 100 MHz adicionais no leilão 5G
Na véspera da votação, pela Anatel, da proposta que vai à consulta pública sobre o leilão do 5G, as operadoras de telecom Algar, Claro, Oi, TIM, Sercomtel e Vivo, associadas aos fabricantes Cisco, Ericsson, Huawei, Nokia e Qualcomm divulgaram nesta quarta-feira, 11/12, um posicionamento público em favor de mais espectro na principal faixa dessa licitação, 3,5 GHz, e a opção pela solução mais econômica para a mitigação de interferência na recepção das antenas parabólicas.
“Feita a análise dos potenciais impactos decorrentes de uso dos cenários identificados, avaliamos que a melhor alternativa, sob os aspectos técnico, social e econômico, a ser considerada nas políticas públicas que orientarão o edital para uso da faixa de 3,5 GHz, é a mitigação de interferências, permitindo a convivência entre os sistemas do 5G com a TVRO na Banda C na faixa de 3,7 a 4,2 GHz. Para isso serão utilizados filtros (LNBF) de nova geração, conferindo maior segurança técnica para os proponentes e menor impacto para a sociedade”, diz o posicionamento.
Essa solução concentra a televisão na Banda C (3,8-6,2 GHz) e se opõe ao que defendem as emissoras de televisão, que preferem a migração para a banda Ku (10-18 GHz). O uso de filtros, alega a indústria de telecom, “terá um custo aproximado de R$ 456 milhões, enquanto a migração de 100% dos usuários, somente na recepção, para a banda Ku implicará em um custo de R$ 7,8 bilhões”.
A solução das teles significa manter a TVRO para além dos 3,8 GHz, liberando a chamada ‘Banda C estendida’, entre 3,6 e 3,7 GHz, para uso pelas aplicações móveis. Ou seja, o leilão poderia oferecer os 400 MHz de banda entre 3,4 a 3,7 GHz, cenário para quatro compradores de blocos de 100 MHz, e ainda seria estabelecida uma banda de guarda de 100 MHz até os 3,8 GHz, desenho que associado aos filtros LBNF nas antenas evitaria as interferências.
“A opção pela mitigação salvaguarda importantes recursos que poderão não só serem empregados na melhoria da cobertura e da qualidade das redes de telecomunicações, mas, principalmente, no desenvolvimento do 5G no país, com impacto direto sobre os usuários dos serviços, e a operacionalização desta opção já deveria estar explícita na proposta de edital a ser submetida a consulta pública pela Anatel, proporcionando maior segurança jurídica ao processo licitatório”, concluem.