Teles temem disparada no preço do leilão 5G
Vai às nuvens o preço do leilão 5G, que a Anatel espera realizar em 2020. Ou assim lamentam representantes das operadoras de telecomunicações, especialmente depois de uma reunião realizada nesta quinta, 29/5, na agência reguladora, para tratar o que fazer sobre a interferência nas antenas parabólicas.
Segundo indicaram representantes das teles que participaram da reunião, entre os planos de mitigação há alternativas propostas pelas emissoras de televisão que podem custar de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões, ou pelo menos quatro vezes o que custou o processo de limpeza da faixa de 700 MHz para uso no 4G.
O leilão deve incluir nacos das faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. Mas a encrenca mora na faixa de 3,5 GHz, fatia que a Anatel tenta licitar há 20 anos, mas que sempre esbarra na pressão dos radiodifusores por conta da potencial interferência na recepção das parabólicas.
Novos estudos, das empresas e da Anatel, voltaram a confirmar que as parabólicas são suscetíveis a interferência de praticamente qualquer uso na vizinhança próxima (e mesmo nem tão próxima) da chamada Banda C estendida, a partir de 3,6 GHz.
A disputa é pelo tamanho do problema. As emissoras de TV ressaltam que as antenas parabólicas são usadas em um terço das casas brasileiras. As teles entendem que é muito menos, seja porque o número inclui lares com outros tipos de recepção de TV, ou porque a implantação da TV Digital reduziu significativamente a dependência das antenas.