TIM pede política de frequência coerente com o investimento
"Frequência é nosso oxigênio", observou o diretor de Assuntos Regulatórios, Mario Girasole. O presidente da TIM, Alberto Griselli, insiste que o negócio de banda larga fixa ainda tem muito concorrente e operadora tem 'todas as opções abertas, mas sem pressa'.
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Um dos pontos mais relevantes para 2025, do ponto de vista da TIM, é a Anatel adotar uma política de espectro coerente com os investimentos, afirmou o diretor de Assuntos regulatório, Mario Girasole, durante a coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 11/2, para detalhar os resultados do quarto trimestre de 2024.
Também faz parte dos pontos estratégicos a serem tratados ao longo de 2025, o ran share, que é o compartilhamento de frequência, e a relação ‘mais saudável’ com as OTTs. “São pontos cruciais”, adiciona Girasole. O presidente da TIM Brasil, Alberto Griselli, ao ser indagado sobre o mercado de banda larga fixa, voltou a repetir que ‘há muita gente ainda participando’; que a TIM tem todas as opções abertas. “Vamos avaliar tudo que faz sentido para nós, mas sem tempo definido”.
O posicionamento da TIM com relação à frequência tem razão de ser. As teles querem participação irrestrita na licitação das sobras do 700 MHz (a consulta pública está em andamento), a retomada do compromisso de cobertura de rodovias federais e a possibilidade de celebração de acordos de compartilhamento de infraestrutura (RAN sharing). Há ainda a decisão da Anatel de dar parte da faixa de 6GHz para o 5G, quando ela foi toda dedicada ao Wi-Fi.
Fim de impasse
A TIM informou ainda que encerrou as disputas relacionadas à parceria com o C6, extinguindo assim os quatro processos arbitrais atualmente em curso e a própria parceria entre as duas empresas. A operadora e o banco digital tinham um acordo estratégico desde 2020. A ideia da tele era ajudar a C6 a escalar a sua base de assinantes em troca de uma comissão e de participação acionária, mas houve divergências sobre o modelo que levaram ao processo de arbitragem.
“O Acordo, firmado prevê o encerramento da Parceria, além da transferência da totalidade das ações detidas pela TIM para o C6, bem como todos os bônus de subscrição em circulação, no valor de R$ 520 milhões (pre-tax)”, afirma a empresa. O vice-presidente de Inovação e Novos Negócios da TIM Brasil, Renato Ciuchini, disse que o mercado de 2025 é muito diferente do de 2019, quando houve o acordo com o C6. “As oportunidades que enxergamos hoje estão no crédito e no investimento”. Ciuchini também foi taxativo: as carteiras digitais foram mortas pelo Pix. “Lá atrás fazia sentido, mas o Pix mudou tudo. Tanto que quem tinha carteira digital ou fechou, ou virou banco digital”.
Resultados
Impulsionada pela modalidade pós-paga na telefonia móvel, a TIM obteve lucro líquido normalizado de R$ 3,1 bilhões em 2024, alta de 17,1% na comparação com o ano anterior (R$ 2,7 bilhões). O pós-pago foi o destaque do ano, com alta de 8,8%. A receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) da modalidade, excluindo M2M, chegou a R$ 53,2 no quarto trimestre (alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior).
No caso do pré-pago, a receita teve baixa de 4,3% em 2024, com o ARPU caindo para R$ 14,7 (-5,8%). Segundo a operadora, além da migração de clientes para o pós-pago, a modalidade pré-paga foi atingida pela redução da recorrência de recargas. O Capex teve alta de 1% e somou R$ 4,5 bilhões em 2024, ficando dentro da meta estabelecida pela empresa.
A TIM encerrou 2024 com 62 milhões de clientes de telefonia móvel, volume 1,3% maior ao apurado em 2023 (61,2 milhões). Em números absolutos, houve adição líquida de 810 mil usuários. Para este ano, a operadora projeta que os investimentos devem ficar entre R$ 4,4 bilhões a R$ 4,6 bilhões.