TIM quer faturar R$ 5 bilhões com parceiros digitais
A TIM, faceira nesta terça, 26/10, com os números apresentados ao mercado sobre o desempenho no terceiro trimestre deste 2021, enxerga em parcerias como a que fez com o banco digital C6 um futuro promissor nos próximos anos. A meta, como apontou o presidente Pietro Labriola, é chegar em R$ 5 bilhões, bem mais que o lucro anual da operadora.
“Minha intenção é fechar entre oito e dez parceiras, para gerar um valor, entre três e cinco anos, entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões”, afirmou Labriola em entrevista após a apresentação dos resultados a analistas financeiros. Para além do lucro nominal de R$ 993 milhões no terceiro trimestre, turbinado por créditos fiscais, o lucro “normalizado” foi de R$ 474 milhões, 21,4% acima do terceiro trimestre de 2020.
O uso da base de 51 milhões de clientes para alavancar negócios com parceiros tem no banco digital C6 a estrela até aqui: R$ 26 milhões dos R$ 38 milhões de lucro no trimestre. Mas os termos estão sendo rediscutidos em uma arbitragem, devido a “divergências entre os parceiros”, como anotou a TIM no resultado trimestral. “Estamos muito satisfeitos e gostaríamos de ir em frente com C6. Mas em casamento, ambos tem que gostar de ficar casados”, disse Labriola.
Mesmo em discussão, o modelo, pelo qual a taxa de conversão de clientes já daria à TIM direito de ampliar para 4% a participação no C6, serve de base para os próximos negócios. Segundo o presidente da TIM, alguns mercados são globais e a parceria é em moldes comerciais tradicionais. Mas para serviços específicos, a ideia é reproduzir a experiência.
“Conteúdo como Netflix, Prime, Disney, HBO, tem um modelo de competição que é global. Difícil ter vantagem em uma parceria desse tipo. Parceria comercial tradicional podemos fazer com qualquer grande player. Música e vídeo são globais. Coisa diferente é tudo que faz referência a livro, revista, notícias do Brasil. News, livro, revista têm característica local. E tudo está virando digital. Mesmo a TV. Então estamos focando nesse tipo de conteúdo em um modelo de parceria como C6”, disse Labriola.
Como detalhou o VP de estratégia da TIM, Renato Ciuchini, “tem três áreas que estamos em negociação neste momento: conteúdo, telemedicina e marketplaces. No plano industrial, a gente colocou outros segmentos, como a questão de energia. Estamos refinando esse pipeline de oportunidades e a gente deve apresentar, no começo do ano que vem, esse roadmap, esse cronograma e quais são os setores, quais são as industrias que a gente vai perseguir. Já temos digital banking e educação digital e temos três áreas em negociação agora. E depois a gente vai apresentar mais três que complementem o roadmap do próximo ano”.