Telecom

TIM rejeita clima pesado no setor de Telecom por conta da disputa judicial com a Oi

O CEO da TIM Brasil, Alberto Grizelli, sustentou que a disputa contratual entre TIM, Claro e Vivo com a Oi por conta de ajuste de preço da Oi Móvel não implica ‘clima ruim’ no setor de telecomunicações brasileiro. Para Grizelli, as teles sabem que a disputa faz parte do negócio e não deteriora o relacionamento em outras atividades, uma vez que o setor é competitivo. O executivo falou com a imprensa depois da divulgação dos resultados do terceiro trimestre.

“Está tudo correndo como antes do pedido de ajuste e de indenização das companhias no processo de migração dos clientes da Oi Móvel. As empresas estão sabendo separar o que é uma disputa legítima contratual do dia a dia da migração, que segue seu ritmo normal”, adicionou a CFO da TIM Brasil, Camille Faria. A TIM informou que já migrou 2,5milhões dos cerca de 17 mlhões recebidos da Oi. Também reportou que todos os sistemas da Oi também já foram integrados à TIM.

Grizelli acabou, porém, reconhecendo que o grande mote para o pedido de ajuste de contrato e de indenização está relacionado aos clientes inativos contabilizados na base da Oi Móvel. A Vivo já anunciou o desligamento de cerca de 3 milhões de assinantes inativos, e a TIM fará esse desligamento a partir de novembro, apesar de não revelar oficialmente o montante, a expectativa do mercado é de que pelo menos 4,2 milhões de assinantes inativos da Oi – que não geram tráfego, mas causam prejuízo à TIM pelo pagamento de impostos de manutenção de base ao governo – serão desconectados. “Nossa ideia é desconectar boa parte desses assinantes até dezembro, mas sabemos que vamos continuar ao longo do primeiro trimestre de 2023”. 

A TIM reivindica receber R$ 1,4 bilhão de volta e R$ 0,2 bilhão de indenização da Oi Móvel. A tele depositou, judicialmente, conforme o determinado pelo juízo de recuperação judicial da Oi, o montante de R$ 0,7 bilhão. A B3 foi convocada pela TIM, Claro e Vivo para fazer a arbitragem da disputa, que não tem um prazo estabelecido para terminar.

Resultados


A TIM obteve um lucro de R$ 473 milhões, estável em relação ao apurado no mesmo período de 2021 (R$ 474 milhões). A receita da companhia cresceu 24,4% na comparação ano a ano, e atingiu R$ 5,6 bilhões. Houve, no entanto, aumento também de 24,3% nos custos, que chegaram a R$, 2,9 bilhões. Segundo a empresa, a alta dos custos se deu em razão da inflação, da operação de compra da Oi Móvel, e pelas despesas de aluguel da I-Systems. Os investimentos (Capex) somaram R$ 978 milhões, alta de 9% na comparação ano a ano.

O EBITDA (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) normalizado, que desconsidera efeitos não recorrentes ao longo do último ano, aumentou  24,5%, para R$ 2,7 bilhões. O aumento das receitas da TIM se deveu, principalmente, à chegada dos clientes comprados da Oi Móvel. A receita móvel foi de 25,8% (R$ 5,15 bilhões). Mas surtiu efeitos negativo sobre a receita média, uma vez que os usuários novos tinha planos mais baratos na Oi. Assim, a ARPU caiu 5,8%, para R$ 24,9.

A Receita do Serviço Fixo totalizou R$ 311 milhões no 3T22, um aumento de 8,4% sobre o terceiro trimestre de 2021. A TIM Live, principal linha de receita do fixo, reportou evolução de 12,2%, reflexo, diz a empresa, das estratégias de: migração da base de FTTC para o FTTH; e oferta de serviços de mais alto valor – em setembro, 73% dos clientes da base estavam em planos acima de 100 Mbps.

A Dívida Total ficou em R$ 18,22 bilhões, representando um crescimento de R$ 6.5 bilhões ano a ano. O total inclui o reconhecimento de arrendamentos financeiros vindos da aquisição de ativos da Oi, no valor de aproximadamente R$ 2,9 bilhões e as multas referentes aos contratos de aluguel de sites desligados.

A TIM ampliou sua base móvel em 33%, chegando a 68,79 milhões de clientes. Destes, 39,13 milhões no pré-pago e 29,65 milhões no pós-pago. A empresa declarou 821 mil cliente na tecnologia 5G. Com a compra de parte da Oi Móvel, a TIM passou de 20,7% em market share no celular, para 26,6%. Na banda larga fixa, a empresa registra 708 mil clientes, 5% a mais do que no terceiro trimestre de 2021.

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