Tomada de controle da Oi só com anuência prévia da Anatel
"Nenhum controlador pode assumir poderes dentro de uma operadora do porte da Oi sem anuência prévia. Já aconteceu antes de acionista tentar tomar controle sem ter a anuência e foi uma bagunça dos diabos", afirmou o presidente da Anatel, Carlos Baigorri.
Não haverá qualquer mudança de controle da Oi sem uma anuência prévia da Anatel, afirmou o presidente da agência, Carlos Baigorri, durante conversa com jornalistas nesta terça-feira, 27/02, no Mobile World Congress, que acontece em Barcelona, na Espanha. Ele respondeu um questionamento em função da tentativa de o empresário Nelson Tanure querer ter mais poder dentro da tele.
“Nenhum controlador pode assumir poderes dentro de uma operadora de telecom do porte da Oi sem anuência prévia da Anatel. Já aconteceu antes de acionista tentar tomar controle sem ter a anuência e foi uma bagunça dos diabos. Não podemos deixar isso acontecer”, ponderou Baigorri. Ainda assim, o executivo foi cauteloso. Ele não quis chamar de tomada hostil a movimentação dos fundos ligados a Tanure.
“Não sei se é hostil, o cara comprou ações e quer assumir o controle. É o direito dele”, reforçou. Segundo Baigorri, até o momento, não chegou nada na agência sobre anuência à operação de troca de controle. Ainda assim, o movimento acontece em um momento complexo da Oi, que tem de aprovar um segundo plano de recuperação judicial e, ao mesmo tempo, tem prazo para fechar uma negociação com Anatel e TCU sobre a concessão da telefonia fixa. A Assembleia de credores está marcada para o dia 05 de março.
“Não sei se daria tempo porque a negociação no TCU termina no dia 23 de março. Não sei se dá tempo ( do fundo e Tanure) chamar assembleia de acionistas, apresentar nomes, aprovar na Anatel”, completou.
* Ana Paula Lobo viajou a Barcelona, na Espanha, a convite da Huawei Brasil