Telecom

Vivo avalia se corta acesso ilimitado e grátis para o WhatsApp

O WhatsApp é o único OTT que tem franquia ilimitada e gratuita, ou o zero rating, na Vivo e a operadora assume que avalia, sim, se vale a pena ou não manter essa gratuidade. “Quando o WhatsApp era um aplicativo de mensagem fazia sentido. Hoje o WhatsApp tem voz, tem vídeo. Cresceu muito e é um dos grandes consumidores de capacidade da nossa rede. No mundo há a busca pelo equilíbrio com as big techs, o fair share. Mas não temos ainda uma posição tomada e não há prazo para termos”, observou o presidente da Vivo, Christian Gebara, ao ser indagado pelo Convergência Digital sobre os rumores em torno do fim do zero rating pelas operadoras móveis em coletiva de imprensa dos resultados do segundo trimestre, nesta quarta-feira, 26/07.

Gebara descartou a existência de uma estratégia conjunta entre as teles. “Isso não existe. Cada tele tem o seu negócio, tem acordos com mais redes sociais. O que há são duas consultas públicas, uma no Brasil e outra na Europa, sobre o tema, que é de grande gravidade. A maior parte do tráfego da nossa rede é gerado por cinco ou seis empresas big techs. Isso é aqui e no mundo. Queremos aumentar nosso gasto com cobertura e não apenas em capacidade de tráfego”, pontuou o executivo.

A discussão sobre o fim do zero rating para o WhatsApp não tem prazo e está em debate na operadora, assegura ainda Gebara. Mas o presidente da Vivo admite que o tema é sensível e o debate principal está no equilíbrio de investimentos, uma vez que pesquisas mostram um incremento de volumes de dados anual acima de dois dígitos. “Há um limite na capacidade de investimento. No Brasil, esse ano, serão R$ 9 bilhões. Precisamos investir mais em cobertura e menos em capacidade”, insistiu.

Vivo longe das compras de ISPs

O presidente da Vivo praticamente descartou a ida da operadora às compras no mercado. “A maior parte dos ISPs têm sobreposição com nossa rede e há nisso um impasse para fechar o negócio”, sustentou Gebara. Para ele, as aquisições e fusões, como a da AmericaNet e Vero, são saudáveis. “Não pode ter mais de 5000 mil ISPs legalizados e outros tantos não legalizados em atuação. Precisamos ter menos redes sendo construídas em tantas cidades. A competição é no serviço”, pontuou.


O bom resultado em fibra óptica- FTTH – com crescimento de 26% – vem do incremento no Estado de São Paulo, o da concessão. “O que era cobre foi para FTTH e começamos a ter a migração dos nossos clientes e também há a conquista de clientes de outras operadoras por conta da nossa oferta combinada de móvel e fibra”, diz.

Gebara se mostra otimista com o Brasil, muito em função da queda da inflação, da possibilidade de redução de juros e dos debates em torno do arcabouço fiscal e da reforma tributária e da expansão do 5G, com custos de aquisição de terminal muito abaixo do 4G. Hoje o celular 5G de entrada de linha na Vivo está saindo a R$ 1070,00.

Botão Voltar ao topo