Vivo e Ericsson testam 5G na faixa de 28 GHz
A Vivo e a Ericsson estão fazendo uma prova de conceito do uso do 5G na medicina por meio da simulação de uma cirurgia remota, na qual um médico opera um braço robótico, com o uso também da realidade virtual no manuseio dos equipamentos. O teste acontece em uma rede 5G na faixa de 28 GHz. A velocidade alcançada de transmissão foi de 27 Gps, mas o grande diferencial foi a baixa latência, inferior a 5ms. Na vida real, essa taxa asseguraria o sucesso da cirurgia remota por máquinas em um paciente real.
“A baixa latência é o carro-chefe do 5G que tem como diferencial não apenas a velocidade de transmissão, mas a capacidade das suas aplicações”, diz o vice-presidente da Ericsson Brasil, Marcos Scheffer. Segundo ele, a medicina remota não é uma novidade, mas a certeza do sucesso – com a garantia que não haverá atraso nos comandos e nas respostas das máquinas vem do uso do 5G.
O teste – que foi feito num prédio da Vivo, em São Paulo – usou o espectro de 28 GHz para ativar a célula 5G presente no local. Além da baixa latência, obteve capacidade de transmissão de dados graças ao uso de 800 MHz de banda de espectro, e tecnologias de massive MIMO com 128 antenas receptoras e 128 emissoras, sistema de beamforming e beamtracking, em que os feixes identificam uma conexão e a seguem, mantendo o sinal estável mesmo com o usuário em movimento.
“Percebe-se que ainda há oscilações em ambientes indoors nas faixas de maior frequência”, observa Átila Branco, diretor de planejamento e redes da Vivo. O executivo salienta que o 5G vai exigir uma nova arquitetura de redes e um esforço da engenharia das operadoras. “Não há 5G sem antena, sem fibra óptica no backbone e no backhaul. Precisa de muita infraestrutura”, complementa o executivo.
Com relação ao 5G na faixa de 3,5 GHz – cujo leilão está previsto no Brasil para o segundo semestre de 2019 – Vivo e Ericsson asseguram que a faixa é compatível e que favorecerá a adoção da nova tecnologia. “Vamos fazer muita agregação de portadora. As faixas mais baixas são as melhores e temos até o 700 Mhz mais adiante porque há um longo caminho para o 4G”, diz. Scheffer, da Ericsson, reforça a relevância do 4G. “Ele é a âncora do 5G”, completa.
Segundo informações da fabricante, no Brasil, já foram vendidos cerca de 130 mil rádios “5G Ready”. Isso significa capacidade para a entrega de serviços 5G. Hoje esses equipamentos estão sendo usados para o 4G. “A migração acontecerá com a atualização de software”, reforça Scheffer.
Ainda para a Ericsson, a oferta de banda larga fixa por 5G deverá ser uma das primeiras aplicações comerciais por conta da disponibilidade dos roteadores. “Os celulares prontos para o 5G ainda vão demorar e o custo será elevado para a sua massificação”, completa.