Telecom

Vivo e TIM avançam com OpenRAN para ‘quebrar’ concentração dos fornecedores

O OpenRAN permitirá uma desagregação das arquiteturas existentes hoje nas redes de acesso e que são 100% proprietárias, afirmou o diretor de planejamento de rede da Vivo, Átila Branco, ao participar de debate no Futurecom Digital Summit, nesta terça-feira, 30/06. Para ele, a desagregação de software e hardware é fundamental para permitir a virtualização e o uso de cloud, que será o centro dos ambientes nos próximos anos.

“O mercado está muito centralizado. Hoje 60% do custo da operadora está em tecnologia de acesso. O mundo está indo para data center. Para cloud. E as operadoras têm de se adaptar. A descentralização permite alternativa, que fomenta a inovação e a redução de custos”, adiciona o executivo da Vivo.

Sobre OpenRAN, a Vivo está conduzindo dois pilotos nas cidades de Petrolina (PE) e em Juazeiro (BA). Átila Branco contou que OpenRAN foi implantado sobre uma rede 3G, o que permitiu habilitar o LTE (4G) nas áreas urbanas dos municípios nordestinos. “A tecnologia é viável e funciona. Há temas a serem desenvolvidos, não tanto do ponto de vista tecnológico, mas do operacional”, contou.

Os pilotos usaram tecnologia da Altiostar, a Telefónica é sócia, e pela Mavenir. Os valores aportados não foram revelados. Sobre o uso do OpenRAN nas redes 5G, Átila Branco foi cauteloso. Afirmou que ainda é cedo para decidir se essa será a tecnologia escolhida.

Já a TIM vai criar um OpenRAN Campus, com a Inatel, em Santa Rita de Sapucaí, para testar o uso dos padrões abertos. O diretor de engenharia, Marco Di Constanzo, contou que 10 fornecedores foram convidados, quatro aceitaram e seis ainda avaliam. “Queremos saber qual é o estágio de maturidade da tecnologia. Os testes serão feitos em DevOPS nativo, o que permitirá aos fornecedores uma atualização contínua. Temos que entender que não é só performance, mas o OpenRAN tem que ter estabilidade e operabilidade”, afirmou.


Constanzo destacou ainda que o ambiente de testes é crucial para que se possa testar e, principalmente, errar. “Temos que usar machine learning e inteligência artificial para saber a capacidade de software, de como corrigir. Queremos achar as brechas e as incorreções. Só assim será possível deixar de ser uma prova de laboratório e ir para o desenvolvimento comercial. O OpenRAN é complexo. Ele agrega o tempo real em operações. Temos de estar preparados”, completou o diretor de Engenharia da TIM Brasil.

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