Telecom

Vivo: Nenhum negócio interessou até agora na banda larga fixa

A consolidação na banda larga fixa vai acontecer porque o mercado é muito fragmentado, afirmou o CEO da Vivo, Christian Gebara, na entrevista aos jornalistas por conta da divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024. Ele diz seguir atento ao mercado, mas que “até o momento não encontramos nenhuma que pudesse nos interessar”. Indagado sobre a provedora Desktop, Gebara diz que não há novidades na negociação. A Desktop tem forte presença em São Paulo, com mais de 1 milhão de clientes.

A estagnação das conversas pode estar ligada à estratégia da Vivo de chegar a novas cidades com o uso da rede neutra. Até agora, 5,5 milhões de acessos vieram da ATC, em Minas Gerais, e da Fibrasil. “Já decidimos que novas cidades serão por redes neutras”, afirmou Gebara. Sobre competição móvel, Gebara descartou qualquer temor com relação à NUCel, do Nubank. “Nós já passamos da fase de competir por preço e franquia de dados. Nós estamos agregando serviços digitais para o cliente”, pontuou.

Mas Gebara, assim como já tinha falado no Painel Telebrasil, sustentou que o 5G só avança no Brasil se o preço do aparelho de smartphone cair. Hoje, na Vivo o smartphone 5G de entrada custa R$ 949,00, um preço elevado para boa parte da população brasileira. “No pós-pago nossa entrada de 5G já está em 30%, mas no pré-pago é muito inferior (o percentual não foi revelado). E não temos como não repassar aumento do dólar no aparelho”, destacou.

Resultados

No balanço financeiro do 3º trimestre, o ecossistema digital dedicado a empresas, composto por serviços de cloud, cibersegurança, venda e aluguel de equipamentos de TI, IoT, big data e mensageria, registrou, nos últimos 12 meses, faturamento de R$ 3,8 bilhões, um incremento de 16,9%, representando 6,9% da receita total da Vivo. O agronegócio ganha destaque na estratégia comercial para o segmento corporativo e apresenta, no período, alta de 112% de sites vendidos, ampliando ainda mais a presença da Vivo no setor. No último mês, o Vivo Ventures – Corporate Venture Capital da empresa – adquiriu posição minoritária na Agrolend, fintech que fornece crédito para pequenos e médios produtores rurais no Brasil.


O desempenho dos segmentos pós-pago e fibra e a eficiente gestão operacional garantiram à companhia uma receita de R$ 14,0 bilhões, um acréscimo de 7,1%. O lucro líquido vai a R$ 1,7 bilhão, com expressivo aumento de 13,3% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. A receita do serviço móvel sobe 8,8% e alcança R$ 9,2 bilhões, tendo o pós-pago como destaque, cujo faturamento cresce 10,4%, totalizando R$ 7,7 bilhões. O faturamento fixo registra R$ 4,0 bilhões, com evolução anual de 3,6%.

A fibra se consolidou como vetor de crescimento e transformação do segmento e, no período, gera receita de R$ 1,8 bilhão, uma progressão de 14,0%. Essa expansão responde positivamente à estratégia comercial da empresa em priorizar o Vivo Total – oferta convergente de pós-pago e fibra – que encerra o trimestre com 2,1 milhões de assinantes, representando 30,7% dos acessos de fibra. A Vivo conclui o trimestre com uma base de 6,7 milhões de casas e empresas já conectadas com a tecnologia, um avanço de 12,5%.

Os investimentos do trimestre somam R$ 2,5 bilhões, direcionados ao reforço da rede móvel, com ênfase à expansão do 5G, presente em todas as cidades com mais de 200 mil habitantes, totalizando 394 municípios. A Vivo lidera o mercado 5G, com market share de 39,7% e 13,8 milhões de acessos, representando 16,6% de seus acessos móveis – excluindo M2M e dispositivos dongles. Os recursos também foram alocados na ampliação da rede de fibra, que chega a 28,3 milhões de domicílios cobertos. A companhia se aproxima de sua meta de 29 milhões até o final deste ano.

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