Telecom

Vivo prevê investir R$ 9 bilhões e avança como empresa de TI com B2B estratégico

A Vivo projeta investir R$ 9 bilhões em 2023, sendo que R$ 1,7 bilhão foi investido nos primeiros três meses do ano, onde a operadora registrou a maior receita dos últimos dez anos. O forte crescimento ainda não tem o DNA do 5G, ainda iniciante, pontuou o presidente da Vivo, Christian Gebara. Para o executivo, que falou aos jornalistas, a boa performance no segmento móvel está ligada às estratégias de ofertas e de fidelização dos clientes; aos efeitos da redução de ICMS e a adição de clientes no pós-pago e no pré-pago, especialmente com os clientes da Oi Móvel.

Gebara diz que a penetração do 5G ainda é muito baixa no país – chegando a 20% do pós-pago – e prevê que a monetização da nova tecnologia virá a partir do maior consumo de dados e de serviços como Internet das Coisas, entre outros. Indagado se as teles estão repetindo a estratégia do 4G no 5G para conquistar os clientes, o presidente da Vivo disse que não. “Eu não acho a estratégia parecida. Não estamos subsidiando aparelhos 5G, como fizemos no 4G por necessidade de mercado. A rentabilização virá do maior consumo de dados. Na Vivo, hoje, 68% dos smartphones vendidos já são 5G. É o momento de construir a base de clientes”, observou.

Disposta a ser uma empresa de tecnologia, o B2B ganha frentes na Vivo. A receita do B2B já representa 6,4% da receita total e superou a casa dos R$ 800 milhões. Ir às compras pode ser uma ação, como foi na aquisição da Vita IT, já incorporada à Vivo na área de serviços, revela Gebara. A estratégia de crescimento passa por parcerias- a Vivo atuando como distribuidora de grandes empresas de TI como Google, Microsoft, Cisco e Huawei – mas também por se preparar para atuar como gestor do serviço do cliente. “Estamos investindo muito na formação de pessoas para oferta de serviços de qualidade em cloud, big data, cibersegurança. Há uma necessidade imensa de digitalização dos serviços e estamos prontos para atuar nesse segmento”, pontuou Gebara.

Sobre o mercado de telecom, Gebara admitiu que há uma sobreposição de redes de fibra óptica e que, pode, sim, vir a acontecer consolidação, mas a Vivo seguirá na estratégia desenvolvida há seis anos e que caberá aos rivais definir as suas ações para competir com a operadora. Nesse trimestre, a Vivo revelou números pioneiros de oferta de serviços digitais, entre les, a de revenda de serviços OTTs, que gerou uma receita de R$ 101 milhões com a venda de serviços OTT (Globoplay, Netflix, Amazon Prime, Spotify etc), que totalizam 2,2 milhões de clientes; R$ 94 milhões com serviços financeiros; e R$ 60 milhões com serviços de saúde.  A banda larga fixa passa por um período de retração, mas é um impacto em todo o mercado e a Vivo não altera também a sua estratégia para o FTTH. O plano é chegar em 29 milhões de casas passadas, já chegando a 24,4 milhões, sendo que dessas 20% virão da Fibrasil e o restante da própria Vivo.

Resultados


A receita total da Vivo no primeiro trimestre foi de mais de R$ 12,7 bilhões, crescimento de 12,1%, maior aumento nos últimos dez anos. A mesma evolução é observada no lucro líquido, de R$ 835 milhões, avanço de 11,3% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. A trajetória de alta, que se repete a cada trimestre, é influenciada diretamente pelo forte desempenho dos serviços core (fibra, móvel e serviços digitais) que, somados, renderam à empresa mais de R$ 11,9 bilhões, evoluindo 15,4% na comparação anual. 

A receita líquida móvel somou R$ 8,8 bilhões, com crescimento de 16,3%, impulsionada pelo pós-pago, que alcançou R$ 6,4 bilhões, alta de 15,4%. No trimestre, a Vivo adicionou 738 mil novos acessos tanto pela migração de pré-pago para controle, quanto pelo saldo positivo de portabilidade de outras operadoras. Vale ressaltar que a companhia vem conseguindo manter seu churn (métrica que calcula o número de clientes que cancelam serviço em um determinado período) em níveis mínimos históricos de 1,09% neste segmento. 

No pré-pago, a receita somou R$ 1,5 bilhão, avanço de expressivos 18%, em função do crescimento da base de clientes, maior volume financeiro de recargas e incremento da receita média por usuário. A Vivo também destaca o desempenho da venda de smartphones compatíveis com 5G – que já representa 68% nas lojas – e a ampla oferta de acessórios que contribuíram para um incremento de 20,6% na receita de aparelhos em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, totalizando R$ 854 milhões. 

A receita líquida fixa foi de R$ 3,9 bilhões, avanço de 3,5%, sendo a maior alta dos últimos oito anos. A fibra (FTTH), mais uma vez, dita o ritmo de crescimento do segmento, com receita de R$ 1,5 bilhão, aumento de 17,7%. Durante os últimos doze meses, a Vivo conectou 813 mil domicílios, totalizando uma base de 5,7 milhões de casas e empresas conectadas. Atualmente, a rede de fibra da companhia cobre 24,4 milhões de domicílios, em 436 cidades. Convém ressaltar que este desempenho foi impulsionado pela oferta convergente Vivo Total, que reúne pós-pago e fibra, e que representou 76% das novas adições em fibra nas lojas físicas próprias entre janeiro e março. 

A base de clientes segue crescendo, refletindo a preferência do consumidor pela Vivo. A companhia encerrou o trimestre com 112,3 milhões de acessos, alta anual de 12,3%, sendo 98 milhões da rede móvel, com crescimento de 14,9%. No pós-pago, a Vivo mantém a liderança nacional, registrando 41,8% de participação de mercado, equivalente a 58,8 milhões de acessos, alta de 15,4% na comparação anual. 

No 5G, a rede da Vivo está disponível em todas as capitais e nos municípios com mais de 500 mil habitantes. E a empresa já deu início à ativação naqueles com mais de 200 mil, totalizando até o momento 58 cidades. “Estamos construindo uma sólida vantagem competitiva para o 5G à medida que expandimos, de forma única, nossa presença de fibra no Brasil, principal condição para fornecer cobertura com qualidade”, completa Gebara. 

Os investimentos da companhia somaram R$ 1,7 bilhão no trimestre e foram direcionados ao reforço da rede móvel, com destaque para a ativação do 5G (nas cidades com mais de 200 mil habitantes) e para a expansão da rede de fibra. Para 2023, a Vivo projeta um investimento total de até R$ 9 bilhões, seguindo a estratégia de reforço da qualidade da rede móvel, ampliação da cobertura 5G, expansão de domicílios conectados com fibra e transformação de sistemas com o objetivo de fortalecer sua liderança no setor. 

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) alcançou R$ 4,9 bilhões, um incremento de 9,6% quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado, com margem de 38,9%, refletindo o forte crescimento da receita líquida total, com maior participação dos negócios core, de 93,3%. Os custos totais, excluindo gastos com depreciação e amortização, foram de R$ 7,8 bilhões no trimestre, um aumento de 13,7% no ano. O Fluxo de Caixa Operacional totalizou R$ 3,3 bilhões, alta anual de 23,7%.  

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