Vivo suspende arbitragem e tenta solução consensual com Anatel e TCU por concessão
No dia 30 de junho, antes, portanto, da divulgação dos novos valores da Anatel para a migração da concessão para autorização de Oi, Vivo, Claro e Algar Telecom, a Vivo pediu a suspensão da arbitragem com a agência reguladora e o TCU. A medida, explicou o presidente da operadora, Christian Gebara, foi para colocar todos os pontos à mesa de discussão e acelerar o processo de decisão.
“Nós temos o interesse na migração da concessão para a autorização, houve, agora, o ajuste de preços da Anatel, com o aval do TCU, e o nosso valor foi para R$ 8,7 bilhões. Temos o nosso preço (não revelado) e apostamos na solução consensual para sermos mais rápidos”, detalhou Gebara. Na prática, o relógio para a decisão começou a valer, oficialmente, a partir desta terça-feira, 25/07, com a publicação da decisão da Anatel no Diário Oficial da União.
Na prática, os resultados financeiros do segundo semestre mostram que os serviços da concessão – voz fixa e banda larga por ADSL – só fazem cair e representam, hoje, apenas 6% da receita total da Vivo, o que coloca uma pressão na negociação consensual.
O balanço mostra que os segmentos legados considerados “não-core” pela operadora dentro do negócio fixo (voz fixa, xDSL e DTH) perderam mais 17,4% no segundo trimestre, totalizando R$ 820 milhões em faturamento para a Vivo.
balanço
A Vivo divulgou, nesta terça-feira, 25/07, os resultados financeiros do segundo trimestre deste ano, período em que obteve lucro líquido de R$ 1,12 bilhão, alta de 47,2% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 763 milhões). A receita operacional líquida avançou 7,6%, totalizando R$ 12,73 bilhões. O desempenho foi puxado, principalmente, pelo crescimento da receita do serviço móvel, que avançou 10,4% no período, somando R$ 8,92 bilhões.
O grande destaque foi o segmento pós-pago, cuja receita registrou alta de 13,3%. Segundo a Vivo, o resultado foi impactado pelo aumento da base de clientes, tendo em vista que a operadora adquiriu 930 mil acessos pós-pagos no trimestre, o que inclui a migração de clientes do serviço pré-pago para o controle, além do saldo positivo da portabilidade de linhas. Com isso, a companhia encerrou o segundo trimestre com 98 milhões de acessos móveis (60 milhões pós-pagos).
A empresa também ressaltou que a receita do setor móvel foi beneficiada pelo reajuste dos preços do serviço e pelo “churn no menor nível histórico” (1%). O faturamento do segmento pré-pago, por sua vez, teve queda de 1,6%, como consequência da migração de clientes para o plano controle. A venda de smartphones contribuiu para um aumento de 7% na receita de aparelhos, dos quais 74% são compatíveis com 5G.
A receita de FTTH (fiber to the home) aumentou 14,3% no segundo trimestre, em função do crescimento da base de clientes e do reajuste anual do preço. Nos últimos 12 meses, a rede de fibra da Vivo conectou 760 mil novos clientes e chegou a 85 novas cidades. Com isso, a cobertura está presente em 439 municípios, com 5,8 milhões de casas conectadas. No geral, as casas passadas (home passed) chegaram a 24,7 milhões.
Os investimentos realizados no intervalo de abril a junho, no entanto, caíram 8,6%. O montante de R$ 2,35 bilhões representa 18,5% da receita operacional líquida. Para 2023, a operadora prevê desembolsar até R$ 9 bilhões em investimentos. No primeiro semestre, direcionou 44% desse total (R$ 4,03 bilhões) na ativação do 5G e na expansão da rede de fibra. “Os investimentos estão em linha com o que montamos como estratégia. 2022 foi um ano fora da curva porque tivemos os gastos com o 5G e com as licenças de 5G”, explicou o presidente da operadora, Christian Gebara.