Vivo, TIM e Claro cortam R$ 3,2 bilhões do preço e abrem guerra com Oi
Vivo, TIM e Claro comunicaram ao mercado nesta segunda, 19/9, terem refeito cálculos e decidido pagar um valor menor que o combinado pela Oi Móvel: 3,186 bilhões à menos, um desconto de 20% sobre os R$ 15,9 bilhões do negócio. De sua parte, a Oi reclamou. Também em comunicado, a empresa diz que “discorda veementemente”, aponta erros de cálculos e equívoco de metodologia.
À CVM, a Vivo diz que a “Notificação de Ajuste Pós-Fechamento apresenta valores e cálculos apurados com apoio de empresa especializada, com base na melhor análise das informações recebidas e entendimento do Contrato”. A TIM detalha mais essas contas e aponta diferenças em capital de giro e dívida líquida, questiona investimentos (Capex) e adições líquidas inferiores ao supostamente acertado.
“As Compradoras contrataram um assessor econômico-financeiro independente para auxiliar na validação dos elementos que compõem o Preço de Fechamento Ajustado, além de outras análises referentes ao processo de compra dos ativos. Durante essas análises e validações, que consideraram informações e documentos a que as Compradoras só puderam ter acesso após o fechamento da Transação, foram identificadas divergências em premissas e critérios de cálculo”, diz a TIM.
Como os R$ 3,18 bilhões são mais do que os R$ 1,44 bilhões que ficaram retidos pelas compradoras, elas ainda querem que a Oi devolva parte do que já foi pago pela operação móvel, sendo R$ 768,97 mil para a TIM (portanto, R$ 1,4 bilhão a menos); R$ 587 mil para a Vivo (totalizando R$ 1,07 bilhão menos que o inicialmente acertado); e R$ 383,46 para a Claro (para um corte total de R$ 708,15 mil).
De sua parte a Oi “informa ao mercado que discorda veementemente do Valor do Ajuste Pós-Fechamento pelas Compradoras, e entende que o cálculo do Valor do Ajuste Pós-Fechamento pelas Compradoras apresenta erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados pelas Compradoras e seu assessor econômico KPMG”. Doz ainda que “a Notificação Compradoras não observou os termos e condições dos documentos da Operação, não apresentando documentos e informações obrigatórios para a Notificação de Ajuste Pós-Fechamento, como expressamente exigidos nos documentos da Operação” e que “em razão disso, a Companhia antecipa ao mercado que adotará todas as medidas cabíveis em relação à Notificação Compradoras (e consequentemente à reparação de perda e danos eventualmente causados à Oi)”.