Oi adia balanço e prevê impacto contábil negativo de R$ 21 bilhões
Em consequência do plano de recuperação judicial, a Oi decidiu adiar a divulgação dos resultados financeiros de 2017. A empresa, que acaba de negociar dívidas de R$ 65 bilhões, indicou ajustes contábeis com impacto de R$ 21 bilhões. Os dados serão divulgados em 14 de abril.
“O processo de recuperação judicial, com a aprovação e homologação do seu Plano, e o compromisso com a adequação do tratamento de suas informações contábeis e com a qualidade de sua divulgação ao mercado levaram a Companhia a discutir com a auditoria externa detalhes acerca do reconhecimento contábil de determinadas premissas do Plano e suas consequências sobre o saldo de abertura de 2016 e sobre as demonstrações financeiras da Companhia relativas aos exercícios sociais de 2016 e 2017”, informa a Oi em fato relevante.
A empresa antecipa, porém, parte dos resultados. Os ajustes incluem, por exemplo, duplicar as provisões relativas a multas da Anatel com aumento de R$ 1,7 bilhão. Outros R$ 7,5 bi no ajuste na provisão do imposto de renda, além de R$ 6,3 bi em depósitos judiciais e R$ 2,2 bi na baixa da mais valia líquida de impostos. Esses e outros dão os estimados R$ 21 bi de patrimônio líquido negativo – sendo que até setembro de 2017 era positivo em R$ 8 bi.
Aparentemente são dores do plano de recuperação. Segundo a empresa, “em função dos ajustes previstos para o exercício de 2018 em razão do reconhecimento contábil do valor justo da nova dívida da Companhia a partir do Plano aprovado e homologado, o valor do patrimônio líquido voltará a ser positivo em 2018”.
No operacional, os números antecipados no fato relevante são positivos. O Ebitda, a geração de caixa da operadora, deve ficar em R$ 6,2 bilhões, acima portanto dos R$ 6 bi previstos no plano de recuperação. E a Oi terminou 2017 com R$ 7 bilhões em caixa.