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Governo estuda como transferir dados para Serpro e Dataprev pós-privatização

O setor privado adora apontar os méritos da transformação digital, mas é na administração federal, pelo próprio contraste com o estereótipo do guichê, que esse movimento chama mais atenção. Nas contas da Secretaria de Governo Digital, 503 serviços públicos passaram a ser totalmente fornecidos pelo celular, 20 dias antes de 2019 acabar e 20% acima da meta deste ano. 

“Isso representa R$ 1,7 bilhão de economia. O serviço digital é mais barato do ponto de vista de oferta para os órgãos públicos e é muito mais barato e adequado para o cidadão brasileiro, que consegue usar pelo celular, sem sair de casa, onde ele quiser, 24 horas por dia, 7 dias por semana”, afirma o secretário de Governo Digital, Luis Felipe Monteiro, em entrevista ao Convergência Digital.

Segundo ele, há total compromisso do Planalto com a transformação digital é pleno. “Até o fim de 2022 o governo será 100% digital.” Mas há duas incógnitas gigantes nesse caminho: Serpro e Dataprev, as principais empresas de TI do governo federal. A combinação de informações fiscais e previdenciárias já faz do Executivo o maior repositório de dados pessoais do país. E ainda não se sabe o que acontecerá com eles. 

“Serpro e Dataprev estão em estudo de possibilidade de privatização, ou outro modelo que se venha a concluir. E esse estudo envolve análise sobre os dados que essas empresas possuem, como esses dados podem ser transferidos para uma empresa futuramente privatizada e qual o nível de gestão que o governo terá a respeito desses dados”, diz Monteiro. 

Ao mesmo tempo, ele reforça que o governo estará 100% aderente à Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/18) e os dados dos brasileiros, seguros. “Nossa principal preocupação é que o programa de transformação digital continue acelerado, que os dados dos cidadãos estejam protegidos e seguros, e que do ponto de vista comercial e operacional o governo faça as melhores contratações, aquelas que tenham o melhor resultado no menor custo possível.”


Protagonista nesta estratégia é a decisão de uso crescente de recursos de computação em nuvem. “Neste ano tivemos a capacidade de oito órgãos federais aderirem ao contrato de licitação de nuvem. Outros três órgãos estão em processo de adesão. Queremos ampliar essa adoção de nuvem nos próximos anos. O caminho do governo é definitivamente o uso de nuvem em larga escala.”

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