Bradesco lança carteira digital Bitz, sem acordo com teles para dados móveis
Por meio de uma empresa à parte, constituída como fintech, o Bradesco lançou nesta segunda, 14/9, sua carteira digital, batizada Bitz. Trata-se de um aplicativo para celular que funciona no modelo pré-pago, com o qual é possível fazer transferências e pagamentos em geral, receber, ou fazer compras, online inclusive, com uma função que emula um cartão de crédito.
Curiosamente, no entanto, o Bitz nasce sem acordo com as operadoras móveis para navegação patrocinada – embora já seja possível fazere recargas de celular por meio do aplicativo. “Neste início, o cliente tem que usar seu próprio acesso. Mas estamos estudando, porque faz diferença para o público que a gente imagina, para os desbancarizados. Está na pipeline, mas não conseguimos ainda”, afirmou o presidente da Bitz Serviços Financeiros, Curt Zimmermann. Ele jura que não é por falta de vontade das teles. “Quando se fala nisso, todas têm interesse”, emendou.
Segundo Zimmermann, embora o aplicativo Bitz seja “um dos pilares da transformação digital do Bradesco”, a operação é separada do banco, com um aporte de R$ 100 milhões no primeiro ano. “Temos visto que a flexibilidade é grande numa empresa apartada e a gente quer viver a experiência de fintech de forma plena”, disse.
Mais ou menos. Instalada no hub de inovação do Bradesco em São Paulo, a empresa conta com apoio do banco mãe, acesso a estrutura dos caixas 24 Horas para saques com o app e a todas as maquininhas de pagamento que já aceitam bandeira Elo, inclusive 1,5 milhão deles que aceitam QR Code. O próprio aplicativo Bitz roda sobre a plataforma Cielo Pay – todos parte do ecossistema Bradesco.
Não por menos, Zimmermann aposta que esse é um diferencial que vai permitir ao Bitz um naco grande desse mercado. “Temos um plano de negócios agressivo para conquistarmos de 20% a 25% do mercado de carteiras digitais em três anos. Além da rede do Bradesco, inclusive representantes bancários, o Bitz nasce com duas aquisições em mira: uma empresa de tecnologia de pagamentos digitais e uma carteira digital já existente no mercado, mas “com uma base ainda não muito grande”, segundo o presidente.
Como ele mesmo ressaltou, a chegada do Bitz às vésperas do PIX, o novo sistema de pagamentos digitais brasileiro, não é coincidência. “O PIX é uma oportunidade. Hoje as carteiras digitais costumam ser de transações internas. Como o PIX abre isso, nossa expectativa é que nossa plataforma seja interoperável com todo o mercado rapidamente.”
Pelas próprias características do segmento das ‘instituições de pagamento’, Zimmermann disse que o foco do Bitz é o microempreendedor individual (MEI) e as empresas de pequeno porte, ou muito pequeno, como as empresas individuais. “É um mercado ainda no início do potencial. Boa parcela da população adulta, 30%, ainda é desbancarizada, e uma parcela enorme tem acesso à rede móvel e crescente no uso do smartphones.”