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Segurança

Brasileiros aceitam vender dados pessoais em troca de vantagens

A maioria esmagadora dos brasileiros – um total de 80% – declara se sentir confortável ao compartilhar dados pessoais. Desde que seja em troca de alguma vantagem.A revelação aparece num estudo patrocinado pela Kaspersky, baseado nas entrevistas feitas com 10.500 pessoas em 20 países, chamado “Créditos sociais e segurança: adotando o mundo das avaliações”. Por meio desse estudo, a empresa obteve detalhes sobre a percepção das pessoas relativas às avaliações sociais, e especialmente se elas estão preparadas para participar desses sistemas de avalilação social.

As principais conclusões do estudo em relação aos brasileiros foram as seguintes:

80% aceitariam expor seus perfis em redes sociais para encontrar velhos amigos
70% aceitariam compartilhar os dados pessoais desde que fosse para obter descontos em compras online
65% trocariam por experiências exclusivas
55% compartilham se isso representar um bom imóvel para alugar
50% aceitam caso isso represente monitoramento de segurança em viagens
44% aceitariam em troca de monitoramento do cartão de crédito
49% aceitam para obter um visto de entrada em outro país
37% estariam satisfeitos se fosse para um governo para manter os cidadãos seguros, rastreando atividades nas mídias sociais

A pesquisa, realizada pela consultoria Toluna, ouviu consumidores na Austrália, Áustria, Argentina, Brasil, Chile, China, Colômbia, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Peru, Portugal, Arábia Saudita, África do Sul, Espanha, Suíça, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Estados Unidos e Vietnã. A amostra de cada país foi formada por adultos com 17 anos ou mais. Todos os entrevistados precisavam ter acesso à internet para participar da pesquisa.

Inicialmente usados por instituições financeiras e lojas online como auxílio na aprovação de uma transação ou compra virtual, os sistemas de créditos sociais (ou social ratings) estão sendo aplicados em muitas áreas. Eles trabalham com algoritmos automatizados, construídos para examinar comportamento e influência dos usuários na Internet. Foram usados por muitos governos ao redor do mundo durante a covid-19 para acompanhar a movimentação urbana de pessoas, sua capacidade de comprar mercadorias e o acesso delas a serviços sociais.


De acordo com a pesquisa da Kaspersky, 61% dos consumidores brasileiros não sabem (11%) ou nunca ouviram falar (50%) dos sistemas de social rating. Apesar desses sistemas já serem bastante usados e estarem cada vez mais conhecidos, os consumidores não sabem muito bem sobre sua operação e a eficiência com que eles estão sendo implementados.

“Governos e organizações estão se digitalizando e temos que defender os benefícios que a tecnologia proporciona, porém sem que ela ponha em risco nossa segurança e privacidade. Por isso, é preciso deixar claro o nível de acesso às informações pessoais e às vidas digitais destes programas e, o mais importante, como eles processarão e protegerão estes dados. Isso é especialmente crítico na atual situação de isolamento em que vivemos, quando as pessoas não têm outra opção além dos serviços online, e à luz da recente lei em vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). É necessário ter o devido controle hoje para não perder o controle amanhã – tanto dos consumidores sobre seus dados, quanto das empresas/governo sobre os dados de terceiros”, afirma Claudio Martinelli, diretor-geral da Kaspersky para a América Latina.

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