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Crise na oferta de energia assusta e mobiliza indústria de TIC

Uma reunião no dia 10 de junho na Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica vai colocar à mesa o risco de um racionamento de energia no Brasil, revelou ao Convergência Digital em entrevista exclusiva, o presidente da entidade, Humberto Barbato. Ele lamentou o fato de o setor elétrico não ter feito a digitalização necessária para a adoção de medidas preventivas nos últimos anos.

“A transformação digital não avançou no setor elétrico. Não é o primeiro risco que temos. Mas, hoje ainda não temos como fazer medições de controle de consumo, infelizmente. A digitalização e a automação não andou como gostaríamos no setor elétrico”, reforçou Barbato. O presidente da Abinee adotou um tom cauteloso e afasta, pelo menos por agora, um risco de apagão ou de um racionamento mais drástico de energia.

“Pelo que estamos vendo a questão principal ficaria para o começo de 2022, se a chuva não vier como esperado a partir de setembro. Mas é claro que temos de pensar em medidas de prevenção e de controle. Muito se avançou desde a última crise em 2015, principalmente, com o uso de alternativas como a energia solar. Mas ainda é pouco e está na hora, sim, de pensarmos nas alternativas concretas”, afirmou o executivo. Voltam a cena os geradores a diesel- que são caros para a manutenção – mas que permitem as operações. “É caro, mas é pior parar”, observa.

Em nota técnica, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) assumiu que o Brasil passa pela “pior crise hidrológica desde 1930, com os reservatórios das hidrelétricas recebendo um volume de água inferior à média histórica nos últimos sete anos”, mas descartou, nesse momento, ameçaas ao fornecimento de energia.

“O único cenário em que há risco de déficit é o cenário de referência, utilizado para demonstrar que ações precisavam ser tomadas com o intuito de evitar essa ocorrência e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) tomou diversas medidas, que estão em curso, o que faz com que esse cenário não se concretize e se garanta o fornecimento de energia e potência em 2021”, disse a entidade.


Entre as ações em curso, o ONS destaca a flexibilização das restrições hidráulicas dos aproveitamentos localizados nas bacias dos rios São Francisco e Paraná combustível para essas usinas Uruguai, além de campanha de uso consciente da água e da energia.

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