Franquia faz internet fixa sustentar uso de celular pré, pós e até TV paga
"A informação de que usuários de telefonia móvel pós e pré acessam a internet mais pela internet fixa, e não pela móvel, mostra que a gente precisa pensar bastante em banda suficiente para o Wi-Fi”, disse o conselheiro da Anatel, Artur Coimbra.
A nova pesquisa de qualidade dos serviços de telecomunicações, da Anatel, mostra que os brasileiros deram melhores notas em 2023, embora a agência considere que as teles do país ainda têm muito a melhorar, especialmente no atendimento.
Mas o que chama mais atenção na nova edição do levantamento é a investigação sobre os padrões de uso. E se não chega a ser uma surpresa que os clientes de telefonia móvel prefiram usar o Wi-Fi para navegar ou mesmo telefonar, até entre os clientes de TV por assinatura a dependência da internet fixa seja substancial.
Como mostra a Anatel, 74,5% dos brasileiros que usam celular pré-pago e 61,4% de quem tem pós-pago acessam serviços e entretenimento por meio de conexões fixas à internet. A surpresa é que quase metade de quem tem TV paga, 48%, prefere ver conteúdo no YouTube ou em plataformas como Netflix ou Prime.
“A banda larga fixa ainda é um serviço dominante e é o que tem de comum entre os usuários em geral. E isso deve continuar pelo menos enquanto o cenário da telefonia móvel não muda no Brasil. Outros países, com 5G mais avançado, já estão lançando planos sem franquia de dados”, anotou o conselheiro Artur Coimbra.
Ele ressalta que a pesquisa não trata aborda diretamente essa questão da franquia – a não ser para medir o uso – mas que as condições menos favoráveis desse instrumento no país são uma inferência razoável diante do cenário de padrões de uso.
Além disso, lembrou o conselheiro da Anatel, o uso dominante do W-fii entre todos os serviços de telecomunicações serve de recado para o regulador garantir espectro suficiente para o que é enquadrado como uso não licenciado de radiofrequências.
“A informação de que usuários de telefonia móvel pós e pré acessam a internet mais pela internet fixa, e não pela móvel, mostra que a gente precisa pensar bastante em banda suficiente para o Wi-Fi”, disse Coimbra. O Brasil, vale lembrar destinou toda a faixa de 6GHz para o protocolo mais moderno do WiFi, mas a pressão é grande para que mais da metade desse espectro seja convertido para a telefonia celular.