Broadcom usa seu poder na VMware; altera modelo de negócio e revolta mercado da nuvem
As mudanças anunciadas pela Broadcom no sistema de licenciamento dos serviços em nuvem da VMware são alvo de críticas por não atenderem as demandas dos clientes relacionadas a aumentos de preços, termos injustos e venda casada de produtos.
As mudanças foram anunciadas em 15/4, pelo presidente-executivo da Broadcom, Hock Tan, e seriam uma resposta a queixas de clientes corporativos e, especialmente, a pedidos de investigações apresentados à Comissão Europeia. A empresa concluiu neste ano a aquisição da VMware, em negócio de R$ 61 bilhões.
Segundo Hock Tan, os ajustes envolveriam reduções substanciais de preços na plataforma de nuvem da VMware e mudanças que permitiram aos clientes migrar cargas de trabalho de seus próprios datacenters para provedores de nuvem e entre provedores de nuvem.
Mas a associação CISPE, que representa provedores de nuvem que atuam na Europa, inclusive a estadunidense AWS, publicou nesta segunda-feira 22, uma nota em que reclama do que foi anunciado, entitulada “A resposta da Broadcom à indignação do mercado não resolve nada“.
“O modelo de licença por assinatura nunca foi o problema; na verdade, os membros da CISPE e seus clientes já o utilizam. O que ameaça a viabilidade econômica de muitos serviços em nuvem utilizados pelos clientes na Europa são os aumentos maciços e injustificáveis de preços, a reagrupamento de produtos, a alteração da base de faturamento e a imposição de termos de licenciamento de software injustos que restringem as escolhas e aprisionam clientes e parceiros”, diz a nota.
A entidade conclui apontando que “saúda o envolvimento da Comissão Europeia e agradece esta importante interação”.
