Telecom

Oi mostra plano para 2026, após vender clientes de fibra, 17% da Vtal e imóveis

Os resultados financeiros da Oi no segundo trimestre de 2024 refletem a reestruturação da empresa promovida pelo plano de recuperação judicial, com lucro de R$ 15,1 bilhões graças aos ajustes contábeis com o acordo de credores. 

Com o respiro, a Oi quer concluir os próximos passos rapidamente. Nos próximos seis meses, a empresa espera concluir a venda da chamada ClientCo, unidade que concentra os 4 milhões de clientes de fibra (FTTH). Na sequência, vai se desfazer dos 17% que ainda detém na V.tal e dos 7,9 mil imóveis espalhados por todo o país 

“Concluímos a reestruturação da dívida, tivemos como resultado uma redução substancial de 70% da dívida financeira a valor justo. Reforçamos a liquidez da companhia através da captação de 650 milhões de dólares, temos 150 milhões de dólares em caixa adicional a diminuição de dívidas, e vamos seguir avançando no processo de venda da UPI ClientCo, Vtal e nosso parque de ativos imobiliários”, explicou o CEO da Oi, Mateus Bandeira. 

A empresa acredita que até 13 de setembro próximo terá chancela da Advocacia Geral da União para o acordo sobre o fim da concessão firmado com Anatel e TCU. “Esperamos que a solução acordada com a AGU para tratamento dos débitos existentes ocorra nos próximos dias, permitindo a migração imediata da concessão para autorização, o que, nos próximos trimestres, nos viabilizará a implementar as demais ações para reduzir substancialmente os custos para acelerar também a venda de ativos imobiliários”, disse o presidente da Oi. 

Em valor de face, a dívida da Oi caiu de mais de R$ 33 bilhões para R$ 11 bilhões.  A empresa projeta arrecadar cerca de R$ 7 bilhões com a unidade que reúne os clientes de banda larga fixa por fibra e outros R$ 8 bilhões pelo restante da participação acionária na Vtal. Já os vários imóveis da empresa pelo país podem chegar a um valor de R$ 2 bilhões. 


Como reiterado pelos executivos da empresa na apresentação dos resultados nesta quinta, 15/8, o dia seguinte será a nova Oi concentrada na revenda de soluções digitais para clientes corporativos. Chamada de Oi Soluções, é uma unidade centrada em serviços de TICs que no trimestre mais recente faturou R$ 400 milhões. Essa é a base do que será a Oi após a reestuturação completa, como explicou o vice presidente da empresa, Rogerio Takayanagi: 

“A gente está em um processo bastante acelerado de simplificação da companhia, em particular sobre o legado. Hoje a presença que a gente tem física em campo é bastante abrangente, apesar de os clientes interessados pela telefonia fixa em particular, e dados sobre cobre, ter diminuindo muito rapidamente. A gente vai simplificar a companhia em linha com essa demanda, obviamente após a migração para autorização, muitas dessa infraestrutura que hoje é colocada em campo e não é utilizada, a gente tende a desativar e desligar. Isso leva a uma simplificação muito grande da companhia”, disse Takayanagi. 

Segundo ele, essa unidade tem vantagens como a cobertura nacional. “A Oi tem a maior presença geográfica no Brasil, líder em muitos segmentos e tem como nossa carteira de cliente praticamente todos os grandes grupos econômicos e governos do Brasil, fundamentalmente partindo de serviços de conectividade, mas a estratégia construir em cima dessa relação de carteira que a gente tem, a venda de produtos de valor adicionado, produtos mais inovadores que vão de cloud, unified communication, cybersecurity e assim por diante. Esses serviços tendem a ser bastante leves do ponto de vista de investimento, então obviamente queima menos caixa para financiar o crescimento.”

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