Telecom

WiFi não decolou e faixa de 6GHz precisa dar espaço para 5,5G

Divisão da faixa entre celular e WiFi está no Conselho Diretor da Anatel

A área técnica da Anatel encaminhou para deliberação do Conselho Diretor a proposta que formaliza a revisão tomada em 2021 de destinar toda a faixa de 6GHz para uso do WiFi. Como sustenta o superintendente Vinicius Caram, o ajuste mira na escala global de equipamentos, uma vez que Europa, Ásia e África caminham no mesmo sentido.

“A produção é global. E temos que acompanhar para garantir que o país tenha ecossistema, topologia de rede, com preço acessível, não só para WiFi, mas para IMT, para o direct to device e tantas outras tecnologias que estão vindo”, afirma o superintendente de outorgas e recursos à prestação da Anatel, em entrevista ao CDCast, da Convergência Digital, durante a Futurecom 2024.

“Espectro é recurso escasso e temos que ver quais os potenciais de evolução tecnológica para melhor beneficiar o consumidor no que tange a dispositivos, preço, evolução, e percebemos ao longo dos últimos três anos, que apesar de termos atribuído a faixa de 5,9 a 7,1 GHz para radiação restrita, para todos fazerem uso do WiFi 6E e do WiFi 7, não se percebeu uma escala global para adoção plena do uso dessa faixa nos roteadores. E vemos isso também no Brasil. Nenhuma operadora fez a troca dos roteadores domésticos para a faixa de 6GHz”, insiste.

O tema foi discutido na Futurecom e, sem surpresas, incomodou representantes de pequenos provedores internet, que defendem a manutenção dos 1200 MHz da faixa de 6GHz para uso não licenciado. O superintendente da Anatel, no entanto, destaca a importância de garantir portadoras maiores para 5,5G e 6G

“O WiFi 6E e 7 não decolou até o momento, ficamos com receio. A própria América não avançou. Já vemos a necessidade de evolução do 5,5G e 6G em faixas midband para baixo. E a faixa que achamos oportuno dividir, que permite escala global e ao mesmo tempo portadoras de 320 MHz para WiFi 7 e portadoras de 200MHz ou mais para redes móveis, é essa divisão da faixa”, diz Caram.


Segundo ele, o desenho do uso, ou seja, qual o naco para tecnologias móveis e qual para WiFi, ainda não está definido. “Não estamos limitando o WiFi em 500 MHz. O Conselho Diretor é que determina. Estamos apontando um possível uso da parte baixa dessa faixa para IMT e temos que ver as regras de convivência. Pode ser que tenhamos 1200 MHz para uso indoor em determinadas regiões e condições. Então vai ter a possibilidade de IMT e de WiFi 7 e 6E. E estamos exatamente no momento de testes com Abinee, com fabricantes, com fornecedores, e ver as condições de potência, interferência, relação de proteção.”

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